O favoritismo estava lá, o caminho até à glória não se esperava que fosse assim. No título de 2020/21, o AJM FC Porto ganhou a fase final do playoff com três triunfos frente ao Leixões mas com duas dessas decisões a serem apenas na “negra”. Em 2021/22, as azuis e brancas apenas passaram nas meias-finais o Benfica no jogo 5 e foram também até à última na final com o Leixões que acabou em 3-2. Agora, fosse pelo equilíbrio que marcou a meia-final entre Sporting e Leixões (3-2), fosse pela vitória leonina na final da Taça de Portugal também na “negra”, parecia estar tudo em aberto. Não estava. E o tricampeonato não demorou.

Um Dragão que está sempre em festa: FC Porto bate Leixões na “negra” e é bicampeão nacional de voleibol

Depois da vitória no jogo 1 da final no Pavilhão João Rocha por 3-0 com os parciais de 25-20, 25-21 e 25-23, o AJM FC Porto ganhou também o jogo 2 no Dragão Arena por 3-0 (25-16, 25-20 e 25-18). O título estava só à distância de mais um triunfo e, com o presidente Pinto da Costa presente entre as bancadas lotadas do pavilhão portista, as azuis e brancas não facilitaram e voltaram a ganhar por 3-0 com 25-19, 25-19 e 25-14.

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“Apresentámo-nos muito bem nesta fase final da época. Sabíamos o valor da nossa equipa mas tivemos uma época muito difícil e resolvemos dentro do plantel alguns problemas desportivos. Fomos a equipa mais regular e o título é inteiramente merecido. Tivemos uma participação excelente nas provas internacionais e foi uma época muito positiva. Nestes quatro anos de parceria da AJM com o FC Porto, esta é a época de maior sucesso”, destacou o técnico Rui Moreira, que abordou ainda o alegado interesse do Benfica na sua contratação. “Não tenho nada fechado, certamente que terão novidades. Não se esqueçam que nos três anos que estive cá conquistei seis títulos em oito possíveis e isso significa uma pessoa competente, trabalhadora e que tem resultados, e que certamente vai arranjar trabalho na próxima época”, salientou o técnico.

“É difícil colocar em palavras a alegria que é proporcionar ao clube e aos adeptos o tricampeonato, numa época extremamente difícil e longa. Fomos mais longe nas competições internacionais, o que também provocou algum desgaste. Era jogar a meio da semana, chegar e às vezes ter uma jornada dupla ao sábado e ao domingo. É extremamente gratificante chegar ao fim da época e conseguir este título. Faltou-nos a Taça de Portugal mas não há palavras sobre acabar desta forma, em casa e com este pavilhão espetacular. Não queríamos que o campeonato nos fugisse das mãos e fomos mesmo muito bons na meia-final e na final. Apresentámos uma consistência e um nível de jogo que nunca tínhamos apresentado durante a época. Foi uma vitória justa e nesta final fomos muitos superiores”, reforçou a libero Joana Resende no final.

Este foi o terceiro título (e consecutivo) do AJM FC Porto, bem longe dos 18 Campeonatos do Leixões e dos nove de Castêlo da Maia e do Benfica. No entanto, e com esta designação, foi também o último título: os azuis e brancos já enviaram uma carta à Academia José Moreira dando conta da rescisão de contrato no final da temporada, sendo que tudo aponta para que o FC Porto possa manter a sua equipa sem protocolos.