Houve um acidente no Instituto de Virologia da cidade chinesa de Wuhan (WIV na singla em inglês) que pode ter resultado numa fuga perto da altura em que o vírus Covid-19 surgiu na China. A informação consta de um relatório promovido por um grupo de senadores norte-americanos, que estiveram a investigar as origens da pandemia durante 17 meses.

O relatório ajuda a credibilizar a teoria de que o novo coronavírus terá surgido devido a um acidente num laboratório chinês, mas, como aponta a CNN, os próprios senadores admitem que as provas são “circunstanciais” e que não há uma “arma fumegante” (“smoking gun”) que prove a teoria de vez.

Segundo o The Telegraph, o relatório conclui que “um acidente ou falha grava de biocontenção, provavelmente envolvendo um patogénio viral, ocorreu no Instituto estatal de Virologia de Wughan durante a segunda metade de 2019 — aproximadamente no mesmo período em que as provas epidemiológicas disponíveis indicaram que o SARS-CoV-2 foi introduzido na população humana em Wuhan”.

O senador republicano Marco Rubio, que liderou a investigação, afirmou que a teoria de que o vírus teve origem numa fuga de um laboratório tem agora mais peso, “depois de anos de censura”. E o relatório aponta o dedo ao Partido Comunista Chinês: “Provas indiretas sugerem que a liderança sénior do Partido Comunista Chinês teria pelo menos conhecimento limitado do incidente no laboratório desde novembro de 2019”, lê-se ainda no relatório.

Os cientistas ainda não têm uma conclusão definitiva sobre o que terá provocado o surgimento do novo coronavírus entre a população humana, sendo a transmissão através de morcegos uma possibilidade que ainda não foi excluída.

Em reação ao relatório, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês classificou-o como “uma fabricação liderada por senadores anti-China”, com o objetivo de difamar o governo chinês. Pequim destacou depois as conclusões da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 2021 concluiu que a teoria de fuga de um laboratório é “extremamente improvável”. Contudo, essa investigação foi marcada por dificuldades de acesso a informação colocadas pela liderança chinesa, como apontou a própria OMS.

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