O PSD queixa-se de ainda não ter recebido, nem a Assembleia da República, as respostas já conhecidas, através da comunicação social, às 15 perguntas colocadas ao primeiro-ministro. Tanto o presidente do partido como o líder parlamentar disseram isso mesmo, ao início da tarde, recusando comentar o conteúdo enquanto esse não chegar, por via oficial.

“Não compreendo como é que até à hora que vim para aqui o gabinete do primeiro-ministro não tenha informado o Parlamento quando toda a imprensa já tem as respostas”. À margem de um evento em Lisboa, Montenegro lamentou “esta forma de atuar que vem, quase com estilo provocatório, agravar a degradação institucional que o Governo tem vindo a promover”.

Sobre o conteúdo das respostas do primeiro-ministro, Montenegro falou apenas de forma “muito genérica”, para dizer que “se as respostas forem essas, reina a confusão no Governo de Portugal”. Os jornalistas ainda perguntaram porquê, mas o líder social-democrata não quis acrescentar mais nada.

Antes de Montenegro, já o líder parlamentar Joaquim Miranda Sarmento tinha apontado o “desrespeito para com a Assembleia da República”, referindo-se ao facto de “as eventuais respostas do primeiro-ministro às perguntas do PSD” ainda não terem “dado entrada no Parlamento”, embora “já estejam na comunicação social”.Para Miranda Sarmento, “se forem estas as respostas, então é uma enorme falta de respeito para com o Parlamento e falha grave no funcionamento das instituições”.

O PSD enviou esta quarta-feira as perguntas ao primeiro-ministro e as respostas surgiram esta manhã, primeiro divulgadas pela Lusa e, pouco depois, de forma integral pelo Observador. Recorde-se que o presidente do PSD, Luís Montenegro, fez depender do esclarecimento que viesse destas respostas a concordância do seu partido com uma comissão parlamentar de inquérito apenas sobre a intervenção das secretas na recuperação do computador com informação classificada.

“Nesta fase, as respostas estão do lado do Governo e do primeiro-ministro. Vamos endereçar estas perguntas ao primeiro-ministro para que ele não desperdice a oportunidade de clarificar toda esta ocorrência e de evitar uma comissão de inquérito sobre este assunto, que do nosso ponto de vista deve ser evitada”, disse Montenegro há dois dias. O líder do PSD não exclui a possibilidade de um inquérito e explicou porquê: “Se não sobrar outro instrumento de esclarecimento que não seja esse, não teremos outro remédio”.

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