Em atualização

O príncipe Harry era esperado com grande expectativa na manhã desta segunda-feira no tribunal, em Londres, no caso que moveu contra ao Mirror Group Newspapers (MGN), mas não compareceu, apesar de estar no Reino Unido.

O príncipe acusa o grupo de comunicação social de alegadas escutas telefónicas feitas ao longo de vários anos e numa fase em que era ainda muito jovem. Harry era aguardado como a primeira testemunha do dia. O advogado, David Sherborne, disse que o cliente está no Reino Unido e voou ontem de Los Angeles, depois de celebrar o aniversário da filha. Lilibet Diana, a filha dos duques de Sussex completou 2 anos neste domingo. Para Harry, há “questões de viagem e segurança” mais complicadas do que para as outras testemunhas, segundo Sherborne, citado pela Sky News.

O juiz, Mr. Fancourt, disse estar “um pouco surpreendido” com a ausência de Harry esta segunda-feira. Já o representante do MGN, Andrew Green KC, acusou Harry de fazer o tribunal “perder tempo”.

Nas alegações iniciais, o advogado de Harry argumentou que o príncipe foi “sujeito a uma recolha ilegal de informação” desde criança, incluindo na fase da morte da mãe. Este julgamento foca-se numa fase da vida do jovem príncipe em que estava a tentar formar relações “num mundo onde tanto do que ele fazia era relatado”, cita a Sky News. “Nada era sacrossanto ou para lá dos limites” para os jornalistas acrescentou ainda David Sherborne .

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

É preciso recuar mais de um século para encontrar o último membro da família real que se sentou no banco das testemunhas para prestar declarações. Mais precisamente em 1891, quando o herdeiro do trono e filho da Rainha Victoria foi chamado a depor no Royal Baccarat Scandal, um caso de batota no jogo de cartas.

Enquanto decorria a sessão do caso do príncipe Harry contra o MGN em tribunal, ao final da manhã, a casa real publicou uma mensagem de condolências dos reis para o Presidente da Índia na sequência do acidente de comboio que vitimou quase 300 pessoas. Durante esta semana, Carlos III vai passar cinco dias na Transilvânia, na Roménia, a fazer caminhada, segundo apurou o Telegraph, pelo que não irá encontrar-se com Harry durante a estadia deste no Reino Unido. A rainha não o vai acompanhar.

Este é apenas um dos casos que o príncipe Harry tem na justiça britânica contra meios de comunicação social.

Em março, o príncipe apareceu de surpresa em Londres no primeiro dia da audiência preliminar num caso que opõe sete celebridades ao grupo Associated Newspapers, que detém o jornal Daily Mail, por alegadas escutas e pagamentos por informações sensíveis que se traduziram em “grosseiras invasões de privacidade”. A Harry juntam-se o cantor Elton John e o seu marido, David Furnish, bom como as atrizes Elizabeth Hurley e Sadie Frost.

O terceiro caso é contra o News Group Newspapers e trata de alegadas escutas feitas aos voicemails do príncipe pelo jornal The Sun na primeira década de 2000. Neste caso o príncipe entregou um testemunho escrito no qual alega que o irmão, o príncipe William, terá recebido uma “elevada soma” de dinheiro do grupo de media britânico de Rupert Murdoch, num acordo secreto para resolver discretamente as acusações de que telemóveis da família real tinham sido pirateados, em 2020. O NGN nega as alegações.

Harry tinha ainda uma outra questão com a justiça britânica, mas que ficou resolvida no passado mês de maio. Desde que deixaram os cargos de membros sénior da família real no início de 2020 para irem viver para fora do Reino Unido, o príncipe e a mulher, Meghan Markle, perderam o direito à proteção policial financiada pelos contribuintes. Harry tentou pagar para ter segurança policial quando voltasse ao Reino Unido com a sua família, mas em fevereiro desse mesmo ano o Home Office, decidiu que o príncipe deixaria de ter segurança policial pessoal enquanto estivesse na Grã-Bretanha, mesmo que pagasse por ela. Harry pediu permissão ao Supremo Tribunal britânico para uma revisão judicial desta decisão, mas foi-lhe negado no passado mês de março.