Chegou a ser muito associado a um regresso a Inglaterra, num universo onde o Liverpool parecia a opção mais viável mas Manchester City, Arsenal e Chelsea mantinham uma palavra a dizer. Raramente se pensou que podia ficar na Alemanha, com o Borussia Dortmund a ter plena noção de que esta era a última temporada do jogador no clube. No fim, Jude Bellingham não surpreendeu ninguém e é mesmo reforço da solução que sempre teve mais força: o Real Madrid.

O internacional inglês de 19 anos foi esta quarta-feira oficializado como a nova contratação do clube espanhol, que há muito tinha a transferência alinhavada e quase fechada com o Borussia Dortmund. Bellingham assinou por seis temporadas, até 2029, e a imprensa espanhola indica que o Real Madrid vai pagar 103 milhões de euros fixos — um valor abaixo dos 150 milhões inicialmente pretendidos pelos alemães — mais uma série de cláusulas por objetivos que terão sempre um limite de 30% em relação à quantia base.

Jude Bellingham começou a carreira no Stourbridge, o clube da cidade onde nasceu, e aos oito anos já se tinha mudado para o histórico Birmingham. Estreou-se nos Sub-23 com apenas 15 anos, fez a primeira aparição na equipa principal aos 16 e tornou-se o jogador mais jovem de sempre a atuar pelo clube, superando um recorde de Trevor Francis que durava desde 1970. A ascensão foi meteórica e, no Championship e na temporada de estreia ao mais alto nível, o médio tornou-se titular indiscutível: esteve em 44 jogos e marcou quatro golos, tornando a saída praticamente inevitável.

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Depois de contactos iniciais com o Manchester United, que era o clube inglês mais interessado no jogador, Bellingham acabou por decidir sair para a Alemanha em 2020 e aceitar o desafio do Borussia Dortmund — seduzido pelo historial de jovens jogadores que aceleraram as respetivas carreiras nos alemães antes de saltarem para outros voos, como Pulisic, Sancho ou Haaland, entre muitos outros. Em Birmingham, com apenas 17 anos, deixou uma marca impressionante: o clube decidiu retirar a camisola ’22’ que o inglês usava, homenageando aquela que foi de longe a maior transferência da própria história.

Em Dortmund, ao longo das últimas três épocas, cumpriu 132 jogos e marcou 24 golos, assumindo mesmo a braçadeira de capitão e levando a equipa à conquista da Taça da Alemanha em 2021, para além de ter ficado muito perto de vencer a Bundesliga na temporada que agora terminou. Pelo meio, tornou-se presença habitual e recorrente na seleção inglesa, tendo sido uma das principais figuras da equipa de Gareth Southgate que chegou aos quartos de final do Mundial do Qatar depois de já ter estado no Euro 2020.

Em Madrid, é claramente o primeiro galáctico de uma obrigatória nova era nos merengues, que asseguram desde já mais uma substituição quase direta para Luka Modric, que vai sair em 2024, depois de Tchouaméni e Camavinga terem surgido como herdeiros de Kroos e Casemiro. No entanto, a grande prioridade dos espanhóis continua a ser a contratação de um avançado depois das saídas já confirmadas de Benzema, Asensio, Mariano e Hazard. Harry Kane continua a ser o nome mais ventilado, ainda que o Tottenham dificilmente vá abdicar de valores muito elevados pelo capitão de equipa e referência maior.