A rivalidade entre Benfica e Sporting vive dias de particular intensidade. Os dois clubes conseguiram o monopólio das finais das mais relevantes modalidades decididas em formato de playoff. No basquetebol, os encarnados conseguiram o título nacional, enquanto que, no futsal e no hóquei em patins, o Campeonato ainda está em disputa. A polémica tem sido protagonista em quase todos os encontros entre os dois emblemas.

O jogo 3 da final do hóquei em patins, que se realizou esta quarta-feira na Luz e que o Benfica venceu por 4-2, ficando a apenas um triunfo do título, não fugiu à exceção. No final, Miguel Afonso, responsável das modalidades do Sporting, saiu em defesa do clube leonino. “Agora que o circo terminou, mais um circo de hipocrisia, vamos falar do jogo. Tem sido um verdadeiro nojo os jogos que temos vindo fazer a este campo, perante um adversário que acha que pode tudo para ganhar, que acha que vale mesmo tudo para ganhar. O mais triste não é o adversário achar isso, é perceber que eles têm razão, que vale mesmo tudo para ganhar. Tem valido mesmo tudo para ganhar. Nos últimos dias viemos aqui fazer cinco jogos (dois do hóquei, dois de basquetebol e um de futsal). Ganhámos um, foi um milagre”, atirou.

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Um poker de Nicolía para ir à procura do xeque-mate: Benfica vence Sporting e fica a uma vitória do título de hóquei em patins

O Sporting acusa a equipa de arbitragem de, no jogo 3 da final de hóquei em patins, não ter assinalado o número de faltas adequado contra Benfica. No hóquei em patins, as equipas têm direito a um livre direto assim que o adversário atinge as 10 faltas e, a partir daí, de cinco em cinco infrações. “Este jogo do hóquei não foi decidido ali dentro, mas sim no intervalo do jogo, na vergonha que foi. Os árbitros são seres humanos e o que passaram para chegar ao balneário deles (pressão e maus-tratos de responsáveis do adversário), é uma coisa inacreditável nos tempos modernos. Era impossível estes homens não estarem condicionados”, referiu Miguel Afonso. “Quero dizer aos sócios do Sporting, que, no meio deste lodo todo, temos mesmo de sentir um orgulho enorme de sermos deste clube porque jamais entraremos nisto”, acrescentou.

No entanto, as reações do Sporting não ficaram por aí. Ângelo Girão, guarda-redes dos leões, publicou no Instagram uma mensagem de desagrado. “Tenho n*** disto!! Continuem a aplaudir e a ficar felizes com isto que só perdemos todos nós que andamos por aqui”, escreveu. Entretanto, a publicação foi apagada e substituída por uma fotografia a negro. O jogador foi insultado pelos adeptos encarnados durante o encontro.

O treinador do Benfica, Nuno Resende, defendeu o clube da Luz das acusações do dirigente leonino em relação ao condicionamento dos árbitros, demarcando-se do comportamento. “Não assisti a nada, nem vi nada fora do normal. Entrei no balneário para falar com a equipa, e estava tudo sereno no corredor”. Ao longo do jogo e depois do apito final, jogadores de Benfica e Sporting envolveram-se em quezílias.

Já esta quinta-feira, os encarnados reagiram em comunicado. “Nas queixas apresentadas será que estava a falar das agressões de que foram alvo os nossos atletas durante a primeira e a segunda parte, e depois no final do jogo, por parte dos hoquistas do Sporting? Será que estava a falar de cartões azuis mal mostrados ao SL Benfica? E também estaria a referir-se aos comportamentos graves e reincidentes do guarda-redes Ângelo Girão?”, começa por referir a nota.

O Benfica considera que “é inaceitável, antes de mais, a forma como Miguel Afonso atacou o Sport Lisboa e Benfica”, tratando-se de “comentários totalmente enviesados” e de um “discurso inflamado de Miguel Afonso ultrapassa todos os limites e não pode ficar incólume por parte das entidades competentes”. As águias dizem que não vão “permitir que tentem branquear as nossas vitórias com mensagens completamente deturpadas da realidade”.