O líder do PSD, Luís Montenegro, defendeu esta quarta-feira que podiam ter sido poupados milhares de milhões de euros se o processo de privatização da TAP iniciado pelo executivo social-democrata de Passos Coelho tivesse seguido o seu curso em 2016.

Luís Montenegro reagia à informação esta quarta-feira avançada pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, de que o diploma do processo de privatização da TAP será publicado no verão. “É notável que seja o mesmo Governo, as mesmas pessoas e os mesmos protagonistas que quiseram nacionalizar a companhia, travando o processo de privatização em curso em 2016, que venham passados sete anos, depois de injetar mais de quatro mil milhões de euros na companhia, voltar à casa de partida”, disse Montenegro, em declarações aos jornalistas, durante uma visita ao Bairro Cidade Sol, no Barreiro, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”, que decorre até quinta-feira no distrito de Setúbal.

O presidente do PSD vincou ainda o facto de o investidor privado que em 2015 adquiriu participação no capital social da TAP ter dito que era possível ter poupado aos contribuintes portugueses vários milhares de milhões de euros com a opção que o Governo podia ter seguido como outros governos no mundo seguiram.

“O Governo, o primeiro-ministro, os ministros das infraestruturas e todos os que apoiam e apoiaram o Governo socialista nos últimos anos quiseram nacionalizar a TAP quando o processo de nacionalização estava a seguir o seu curso. Nos podíamos ter poupado muitos milhares de milhões de euros aos cofres dos contribuintes”, disse.

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O líder social-democrata criticou também o ministro João Galamba pelas recentes declarações sobre a localização do novo aeroporto considerando que as mesmas provam que esta tudo virado do avesso.

O ministro das Infraestruturas defendeu hoje que a distância entre Santarém e Lisboa não é impeditiva da construção do aeroporto na capital ribatejana, mas reafirmou que é longe e considerou que estas declarações não condicionam a comissão técnica.

Para Luís Montenegro neste processo “deve imperar a serenidade” considerando que é preciso deixar aos técnicos as avaliações técnicas e aos políticos as decisões políticas.

“Não acho que a comissão técnica independente deva andar a anunciar localizações. Não é a comissão técnica que vai decidir a localização do aeroporto, é o poder político, é o Governo. Logo veremos se com ou sem o apoio de outros partidos, nomeadamente do Partido Social Democrata, e não devem ser os políticos e os governantes emitir opiniões técnicas, porque isso é desvirtuar aquilo que está subjacente a este entendimento”, disse.