A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta sexta-feira, por maioria, as contas consolidadas de 2022, que incluem também as empresas municipais, tendo o município registado um resultado líquido positivo de cerca de 100 milhões de euros.

A proposta referente ao relatório de Gestão, Demonstrações Financeiras e Orçamentais Consolidadas de 2022 foi aprovada com os votos favoráveis da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), a abstenção do PS e PCP e contra do Livre, Bloco de Esquerda e das duas vereadoras do movimento Cidadãos Por Lisboa (eleitas pela coligação PS/Livre), Paula Marques e Floresbela Pinto.

Em abril já tinha sido aprovada pela Câmara e pela Assembleia Municipal de Lisboa a proposta de Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras e Orçamentais de 2022, com as contas do município a registarem um resultado líquido positivo de cerca de 100 milhões de euros.

As contas de 2022 apresentam também uma diminuição da dívida em 22,4 milhões de euros.

Esta tarde, o executivo presidido pelo social-democrata Carlos Moedas viabilizou as contas consolidadas do município, que incluem todas as empresas municipais, nomeadamente a Carris, EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural), EMEL (Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa), Gebalis — Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa) e SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana.

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De acordo com a proposta, a que a agência Lusa teve acesso, a Carris apresentou um resultado líquido positivo de cerca de 2,9 milhões de euros, um EBITDA positivo de 2,5 milhões e uma autonomia financeira de 52,5%.

Já a EGEAC apresentou em 2022 rendimentos globais que ultrapassam os 1,8 milhões de euros e um resultado líquido positivo de seis mil euros.

Por seu lado, a EMEL apresentou um crescimento de 38,1% face a 2021 e de 4,8% em relação a 2019, obtendo um resultado líquido positivo de cerca de 1,2 milhões de euros.

Posteriormente, em comunicado, o Bloco de Esquerda explicou que votou contra as contas consolidadas de 2022 por considerar que o município “apresenta lucros extraordinários” decorrentes da “especulação imobiliária” e do “turismo”.

“As famílias em Lisboa passaram o ano em dificuldades com a crise na habitação e com o aumento do custo de vida. Os lucros da câmara de Lisboa são a prova do falhanço de apoiar as famílias em Lisboa”, consideram os bloquistas.

Já as vereadoras do Cidadãos Por Lisboa criticam o facto de não existir “suficiente investimento em áreas de emergência, como a habitação e o apoio social”.

O executivo da Câmara de Lisboa é composto por 17 membros, dos quais sete eleitos da coligação Novos Tempos — que são os únicos com pelouros atribuídos —, quatro do PS, dois do PCP, dois do Cidadãos Por Lisboa, um do Livre e um do BE.