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De Rostov-on-Don, cidade que o grupo Wagner disse ter tomado este sábado de manhã, a Moscovo, capital russa que era o objetivo final da rebelião de Prigozhin, são cerca de 1175 quilómetros. A coluna militar dos mercenários percorreu a autoestrada M-4 para chegar à capital da Rússia, mas acabou por cancelar o plano e recuar.

O percurso que estava inicialmente estabelecido, de Rostov-on-Don até Moscovo, poderia demorar quase 14 horas. Pelo caminho, o grupo Wagner revelou ter conseguido tomar controlo de todas as infraestruturas militares de Voronej.

A cidade em causa fica a pouco mais de 550 quilómetros a sul de Moscovo e, nesta altura, os combatentes ainda tinham mais de sete horas de caminho pela frente. O governador de Voronej, Aleksandr Gusev, disse que as forças da Rússia se encontram a levar a cabo “medidas operacionais e de combate” nessa região no âmbito da “operação antiterrorista”.

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O caminho do grupo Wagner até Moscovo

O caminho do grupo Wagner de Voronej, onde estarão, até Moscovo

Em menos de 24 horas, a coluna do grupo Wagner conseguiu chegar à região de Lipetsk, situada a 340 km de Moscovo. Mas, de acordo com o líder, os combatentes terão avançado mais, tendo em conta que Prigozhin referiu, no momento em que confirmou a suspensão da rebelião, que estariam a 200 quilómetros da capital russa. Contudo, até ao momento não há informações sobre a região em que se encontravam quando o plano foi cancelado.

A decisão da suspensão da rebelião aconteceu após negociações entre o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko e Yevgeny Prigozhin que, segundo o canal não oficial da Presidência bielorrussa no Telegram, “aceitou a proposta de parar as movimentações dos homens armados do grupo Wagner e tomar medidas para reduzir as tensões” — uma informação confirmada pelo grupo Wagner.

Sabe-se ainda que nas conversações foram aceites pelo Kremlin várias exigências: o encerramento do caso aberto pela procuradora-geral russa contra Prigozhin (que podia levar o líder do grupo a ser condenado até 20 anos de prisão); a imunidade legal aos combatentes do grupo que estiveram a combater na Ucrânia e a discussão da situação do grupo por parte do parlamento da Rússia.

Prigozhin vai viver para a Bielorrússia, diz Kremlin, que admite mudanças nas chefias militares

Prigozhin, líder do grupo Wagner, prometeu chegar a Moscovo como parte da sua insurreição contra o Ministério da Defesa russo e o Reino Unido considerou que esta rebelião é o “maior desafio de segurança dos últimos tempos” para a Rússia.

No seu briefing diário, publicado este sábado no Twitter, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que “nas próximas horas, a lealdade das forças de segurança da Rússia” será “chave para o desenrolar da crise”. E disse também acreditar que o objetivo final da rebelião seria, efetivamente, “chegar” à capital russa.