Uma das principais diferenças entre as principais modalidades de pavilhão e o futebol é que, quando se chega aos meses de dezembro e janeiro, quase tudo está fechado para a temporada seguinte. Pode estar ainda por confirmar, pode manter-se em segredo, pode haver sempre uma ou outra surpresa mas, em termos genéricos, está tudo fechado e todos sabem com tempo com o que podem contar (Poka, há dois anos, foi uma exceção quando trocou o FC Porto pelo Benfica numa informação que se soube apenas durante as meias-finais do Campeonato). Por isso, a apresentação de novos jogadores é quase um formalismo. Um formalismo que, em alguns casos, tem grande simbologia. E os dragões anunciaram agora o regresso de Hélder Nunes.

O título que Pinto da Costa mais ansiava chegou 33 anos depois: FC Porto sagra-se campeão europeu de hóquei em patins

Depois de sete temporadas ao serviço dos azuis e brancos entre 2012 e 2019 vindo do HC Braga, o jogador de 29 anos, que ganhou três Campeonatos, quatro Taças e quatro Supertaças nos azuis e brancos, rumou ao Barcelona, onde teve a sua primeira experiência internacional ganhando tudo o que havia para ganhar pelos catalães em termos internos mas não a Liga dos Campeões (três Ligas espanholas, três Ligas catalãs, uma Taça do Rei e duas Supertaças). Antes e depois, ganhou pela Seleção Nacional um Campeonato do Mundo e um Campeonato da Europa por Portugal, além de três Taças das Nações e uma Golden Cup.

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“É um momento especial na minha vida, um regresso ao clube do coração, que amo e que representei com mais orgulho. Só penso em ganhar títulos, em ser feliz a jogar e que os adeptos desfrutem comigo. Presença de Pinto da Costa? É mais um motivo de orgulho e mais um marco na minha carreira. Não é só vir para o FC Porto, é ser portista e ter direito a estes momentos torna tudo mais especial. Sou o mesmo jogador, espero que melhor dentro da pista, mas fora dela continuo igual. O importante mesmo é lá dentro, treinar todos os dias ao máximo com os meus colegas para podermos ganhar títulos”, comentou aos meios do clube.

“Como o presidente disse, o Museu já é bonito mas com mais troféus ainda melhor ficará. Esse é o nosso objetivo: ganhar, dar títulos ao clube, aos adeptos e às nossas famílias. Vou fazer parte de um grupo ganhador que já não tem nada a provar e serei mais um a ajudar e a fazer todos os possíveis para termos épocas bastantes positivas”, acrescentou ainda Hélder Nunes neste anúncio que é feito antes da presença em mais uma fase final do Campeonato da Europa, que se realiza agora entre 17 e 22 de julho na Catalunha.

“Vejo este regresso com muita satisfação, porque a saída do Hélder tinha sido uma grande perda para nós mas na altura compreendemos a situação. Este regresso dá-se em boa altura, numa altura em que somos campeões europeus e em que vamos atacar novamente o título. Esperamos ter uma campanha muito boa. Será um grande reforço para a equipa, com a vantagem de já conhecer os colegas, e penso que a integração será fácil para todos. Não preciso de lhe dizer nada, ele já sabe o que eu quero. Quero que todos os nossos atletas se sintam felizes e ganhem títulos, porque o FC Porto tem um Museu que tem de ser abastecido constantemente e, ao fim de 33 anos, este ano conseguimos a Taça dos Campeões, mas queremos revalidar o título e ele será muito importante nessa missão”, salientou Pinto da Costa durante a apresentação.

Desta forma, o FC Porto apresenta uma espécie de “sucessor” de Xavi Barroso, espanhol que após três anos no Dragão (e dois na Oliveirense) rumou ao Barcelona. Também Reinaldo Garcia, internacional argentino de 40 anos, já tinha anunciado a saída para os italianos do Trissino, sendo substituído de forma direta em termos de posição por Edu Lamas, espanhol que se sagrou campeão esta época pelo Benfica. A outra alteração na equipa comandada pelo espanhol Ricardo Ares surgiu na baliza, com Xavi Malián a renovar contrato mas Tiago Rodrigues a rumar ao Liceo, sendo substituído por Leonardo Pais (ex-Montbello).