O selecionador português, Francisco Neto, manifestou esta quinta-feira sentir uma “felicidade imensa” pela previsão de estádio cheio frente à Ucrânia, com mais de 20 mil pessoas, no último teste de preparação para o Mundial feminino de futebol.

Com o recente anúncio por parte da Federação Portuguesa de Futebol, que confirmou a lotação esgotada no Estádio do Bessa, na próxima sexta-feira, a equipa das quinas suplantará, de forma clara, o recorde atual de espetadores em jogos da seleção nacional, cerca de 11 mil, presentes no embate com o País de Gales, em Guimarães, a 11 de abril.

“É uma felicidade imensa. Era algo que desejávamos muito, para trazermos e termos o público connosco. Acima de tudo, é o reconhecimento dos portugueses em relação àquilo que esta equipa tem vindo a fazer e ao que representa, neste momento, para o país. Aparece em função do que temos feito nos últimos tempos”, constatou o treinador, em conferência de imprensa.

Perante a euforia da primeira participação de Portugal num Campeonato do Mundo, o selecionador pediu às jogadoras que se focassem no dia a dia, considerando que ainda existe muito trabalho pela frente antes da partida para a Nova Zelândia, marcada para a próxima segunda-feira.

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“É a primeira vez num Campeonato do Mundo, é normal haver ansiedade. Todas as jogadoras estão ansiosas para viajar segunda-feira e poder chegar à Nova Zelândia para fazer a adaptação, mas sabemos que falta muito trabalho pela frente. Não vale a pena estarmos ansiosos, ainda há muito por fazer e temos de nos focar no dia-a-dia”, disse.

Após um histórico empate frente à Inglaterra (0-0), campeã europeia, no último particular, o técnico espera uma seleção ucraniana capaz de apresentar outro tipo de problemas à formação lusa.

“Será um jogo com um padrão de problemas diferentes daqueles que encontrámos. Nós, com Inglaterra, tivemos uma abordagem ao jogo que nos levou mais para, a maior parte do tempo, momentos de organização defensiva. Eu acredito que o jogo de amanhã [sexta-feira] levar-nos-á a mais momentos de organização ofensiva, ou seja, a equipa possivelmente terá mais momentos com bola”, analisou o técnico

Ainda sobre a Ucrânia, Francisco Neto explicou que apenas uma seleção portuguesa no seu melhor em termos de organização poderá levar de vencida a equipa ucraniana, num jogo em que espera que haja situações replicáveis às dos encontros do Mundial2023.

Francisco Neto descreveu o trabalho recente das jogadoras como sendo de “fadiga” e “muita exigência” e mostrou-se orgulhoso do progresso da equipa do ponto de vista mental, com destaque para a capacidade da seleção em responder perante situações e ambientes adversos.

“Têm sido momentos de muito trabalho, muita fadiga acumulada, muita exigência, acima de tudo, mas também muita maturidade. Nós agora, frente a Inglaterra, tivemos em Inglaterra, com um grande estádio, 23 ou 24 mil pessoas, num ambiente adverso, e percebemos que no lado emocional do jogo estivemos bem e estáveis. Amanhã [sexta-feira] o ambiente será mais a nosso favor, mas também precisamos porque acreditamos que o Mundial terá este tipo de jogos”, concluiu.

Antes da partida para a Nova Zelândia, agendada para a próxima segunda-feira, Portugal receberá a Ucrânia, às 20h45 de sexta-feira, no Estádio do Bessa, no Porto, no último encontro particular de preparação para o Campeonato do Mundo.

No Mundial, que vai ser disputado na Nova Zelândia e Austrália entre 20 de julho e 20 de agosto, Portugal vai competir no Grupo E e defronta os vice-campeões Países Baixos (23 de julho), o Vietname (27), e os campeões mundiais Estados Unidos (1 de agosto).