O vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, defende o ex-presidente do PSD e seu antigo adversário após este ter sido alvo de buscas, dizendo que “a integridade pessoal de Rui Rio, tal como a de Hugo Carneiro, é à prova de bala“. Em entrevista ao programa Vichyssoise, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Paulo Rangel critica o “espetáculo” que houve à volta das buscas e questiona se não haverá uma “desproporção” na ida da PJ a casa dos envolvidos.

O eurodeputado admite que esta é “uma questão delicada”, já que “muitas vezes a definição do que é a atividade estritamente parlamentar e a atividade partidária não é fácil.” E acrescenta para justificar a dificuldade que existe em distinguir o trabalho parlamentar do trabalho partidário: “Para preparar esta entrevista, pedi que me mandassem notas que foram feitas para deputados e não para o partido, sobre o nosso pacote da habitação ou para a saúde. Portanto, é perfeitamente possível que haja pessoas que estão numa sede partidária a acompanhar os trabalhos parlamentares.”

Paulo Rangel não alinha da tese de uma perseguição ad hominem do Ministério Público a Rui Rio — e lembra até que divergiu do ex-líder sobre a independência do MP — mas deixa críticas à atuação das autoridades neste caso. Isto porque, atira, “o mesmo MP que faz estes atos espetaculares depois não é capaz de fazer a acusação do tempo útil, ou um arquivamento. Isso é disfuncional.”

Rangel desafia Santos Silva a defender deputados de ataque de Adão e Silva

Na mesma entrevista, que será emitida esta sexta-feira, Paulo Rangel ataca as declarações críticas do ministro da Cultura aos deputados da comissão de inquérito à gestão da TAP: “Um ministro não pode referir-se ao Parlamento daquela maneira. É o Parlamento enquanto instituição que ele está a pôr em causa. Isto não é de um democrata, isto é de uma propaganda já nos limites orbanianos, para citar um amigo do primeiro-ministro. É aquilo que eu chamo de bullying democrático“.

Paulo Rangel exorta ainda Augusto Santos Silva a defender os deputados. O vice-presidente do PSD diz estar “à espera que o presidente da Assembleia da República venha defender o Parlamento.” E acrescenta: “Percebo que a Augusto Santos Silva que fazia o mesmo papel, lhe custe, mas tem de defender o Parlamento quando há um membro do Governo que ataca a instituição. Não é um ataque político, é um ataque institucional, isto é grave.”

A emissão especial da Vichyssoise, gravada a partir de Estrasburgo a convite do Parlamento Europeu, é emitida esta sexta-feira na Rádio Observador a partir das 13h10.

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