“Elemental”

A nova longa-metragem de animação da Pixar, realizada por Peter Sohn, passa-se num mundo habitado pelos quatro elementos (Água, Fogo, Terra e Ar) e conta uma história de amor aparentemente impossível entre os jovens Amber, da família do Fogo, e Wade, da família da Água. Estetica e tecnicamente, “Elemental” está bem à altura da reputação de inventividade e qualidade do estúdio. O pior é a história, uma alegoria pesada, insistente, óbvia e simplória sobre a tolerância, a diversidade e o multiculturalismo (o realizador é filho de emigrantes sul-coreanos e abusa de puxar a brasa à sua sardinha). “Elemental” foi um fracasso de bilheteira (mais um de vários em sucessão para a Pixar), deixando claro que, também no cinema de animação, as pessoas querem ser entretidas sem que lhes forcem “mensagens” da agenda ideológica na moda pelos olhos dentro ao mesmo tempo (saiba mais sobre o filme aqui).

“Fica Connosco”

O ator, humorista e realizador Gad Elmaleh, nascido judeu marroquino, assina e interpreta este filme autobiográfico, uma comédia dramática em que se interpreta a si mesmo, procurando primeiro esconder, e depois explicar à família, instalada em França, que quer deixar o judaísmo e abraçar o catolicismo, levado pelo seu fascínio de infância pela Virgem Maria. Os pais (que também se interpretam a eles mesmos), chocados e possessivos, fazem tudo para que o filho não deixe a religião em que nasceu, enquanto Gad se prepara para ser batizado em Paris. “Fica Connosco” tem afinidades, nas situações familiares e no humor étnico e religioso, com o universo de Woody Allen, e no final, protagonista e filme não têm coragem suficiente para dar o último passo. Gad Elmaleh prefere, de forma pouco convincente mas sintomática, frisar mais o que aproxima judaísmo e cristianismo, do que o que os diferencia.

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“Missão: Impossível — Ajuste de Contas-Parte Um”

Primeira metade do sétimo (e parece que derradeiro) filme da série Missão Impossível, de novo realizado por Christopher McQuarrie e produzido e interpretado por Tom Cruise, no papel do agente Ethan Hunt. O vilão é agora digital, um programa de Inteligência Artificial que desenvolveu consciência própria e se tornou na Entidade, infiltrou todos os sistemas computacionais globais, só pode ser controlado e desligado por uma chave que está dividida em duas metades e tem como seu representante humano o implacável Gabriel (Esai Morales), uma figura do passado de Hunt. E quem tiver a chave completa pode dominar e destruir todos os inimigos e ser o senhor do mundo. “Missão: Impossível — Ajuste de Contas-Parte Um” foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.