Nos próximos dias, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, criada em 1999 sob a liderança de Carlos Ghosn, vai revelar a sua nova organização interna. Resta saber quem mandará naquele que é o 4.º maior grupo automóvel mundial e que, em 2022, transaccionou 6,16 milhões de veículos, à frente da Stellantis, General Motors e Ford, sendo apenas ultrapassado pelos grupos Toyota, Volkswagen e Hyundai-Kia.

Renault e Nissan têm andado em conversações para melhorar a Aliança, que está em crise desde que os japoneses afastaram Ghosn quando o gestor pretendia fazer evoluir a Aliança para grupo, tornando-a mais eficiente. Isto evitaria que cada construtor desenvolvesse as soluções que bem entendia, de forma independente, em vez de aproveitar todas as sinergias disponíveis.

Os franceses salvaram os japoneses da falência em 1999, o que lhes garantiu uma posição dominante na Aliança e, sob a batuta de Ghosn, a relação era estável. Mas os nipónicos temiam perder peso na estrutura, pelo que definiram uma estratégia para limitar os franceses, o que parece ter funcionado.

De início, a Renault detinha 43,4% da Nissan e estes apenas 15% da Renault, mas sem poder de voto. Ao fim de 10 meses de negociações, de acordo com a Reuters, a Renault alienará a sua quota na Nissan até ficar com somente 15%, realizando capital. Já os japoneses, que inicialmente perseguiam quota idêntica na divisão de veículos eléctricos da marca francesa, a Ampere, admitem agora baixar essa fasquia para cerca de 10%. A Ampere será lançada em bolsa em 2024, altura em que se espera que atinja um valor próximo dos 10 mil milhões de euros. Resta saber se a solução encontrada é estável e quem ficará ao leme do gigante.

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