Foi no Guam, um território norte-americano na Oceânia a mais de 12 mil quilómetros de Washington, que a Microsoft descobriu, no final de maio, um código misterioso no sistema de telecomunicações da ilha, que acolhe bases aéreas dos Estados Unidos da América (EUA) no Pacífico. Após a análise por parte de múltiplos especialistas, chegou-se à conclusão que aquele código era um malware chinês — e que podia paralisar o complexo militar dos Estados Unidos.

Dois meses depois, de acordo com o New York Times, a Casa Branca, ainda que tenha detetado a origem, continua a querer erradicar aquele malwareque pode controlar as redes elétricas, os sistemas de comunicações e de abastecimento de água que estão ligados às bases militares norte-americanas espalhadas por todo o globo. Isto, apesar de ainda não ter sido detetado, pelo menos para já, nos sistemas informáticos classificados.

“É uma bomba-relógio”, definiu um congressista norte-americano ao jornal, que detalha que o software nefasto pode paralisar o complexo militar norte-americano, ao cortar a eletricidade, a água e as comunicações das bases militares. Contudo, as consequências podem também afetar a população civil, ainda não sendo claro que impactos é que pode ter.

É precisamente este ponto que a administração Biden está a analisar — se o malware tem apenas um intuito militar ou também poderá prejudicar a vida da população. No entanto, os especialistas parecem desmentir este cenário, já que o código misterioso foi detetado especialmente perto de bases militares.

Ao New York Times, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adam Hodge, não deu grandes detalhes, confirmando apenas que a administração Biden está a trabalhar “continuamente” para defender os Estados Unidos de “quaisquer disrupções” da “infraestrutura crítica, incluindo esforços para proteger os sistemas de abastecimento de água, gasodutos, sistemas ferroviários e de aviação”. 

Os Estados Unidos desconfiam que os hackers chineses tenham instalado este malware que seria ativado em caso de conflito armado — por exemplo, caso Taiwan fosse invadido por Pequim. Isso não só prejudicaria um possível auxílio militar às autoridades taiwanesas, como também obrigaria os dirigentes norte-americanos a focarem-se quase em exclusivo nos problemas internos do país, não dando, por conseguinte, grande atenção ao ataque em Taiwan.

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