Os Centros para o Controlo e Prevenção da Doença dos Estados Unidos (CDC) identificaram, pelo menos, 20 agentes potencialmente infecciosos, como coronavírus, VIH, vírus da hepatite, da rubéola e do herpes e malária, num armazém ilegal usado pela farmacêutica Prestige BioTech, de acordo com os documentos do tribunal. Além disso, o laboratório ilegal não descartava convenientemente os resíduos médicos.

No interior do armazém, que não tinha autorização para experimentação animal, produção de dispositivos médicos ou armazenamento de materiais biológicos, foram encontrados químicos, “sangue, tecido e outras amostras de fluídos, e soros”, “milhares de frascos não identificados de fluídos e potencial material biológico” e ainda centenas de ratos de laboratório, noticia a NBC News.

Os 958 ratos estavam “em condições inadequadas, em jaulas sobrelotadas”, sem água nem comida, de acordo com os documentos do tribunal, citados pelo USA Today. Os ratos teriam sido “geneticamente modificados para apanhar e transportar o vírus da Covid [SARS-CoV-2]”. Foram encontrados 178 ratos mortos e os restantes 773 foram eutanaziados.

A investigação no armazém de Reedley (condado de Fresno, Califórnia) começou a 3 de março, quando as autoridades locais foram inspecionar o local, que deveria estar vazio, e encontraram químicos armazenados. Quando voltaram ao local, com oficiais de saúde pública, quase duas semanas depois, encontraram o que pensam ser dispositivos médicos fabricados no local, nomeadamente testes covid e testes de gravidez. Os materiais biológicos foram destruídos pelas autoridades até dia 7 de julho.

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O armazém, que já serviu para guardar bancadas de granito, estava a ser usado pela farmacêutica Prestige BioTech, registada no Nevada, mas sem licença para operar na Califórnia. A farmacêutica estava a usar o armazém desde outubro de 2022 e a descartar ilegalmente os resíduos médicos e materiais biológicos (incluindo os ratos mortos), uma vez que não tinha contrato com nenhuma empresa para fazer a recolha e eliminação segura, indica o jornal Mid Valley Times.

As autoridades tentaram contactar os representantes da empresa para obterem esclarecimentos. As moradas associadas à empresa nos Estados Unidos eram moradas fantasmas e aquelas que se encontram em território chinês não puderam ser confirmadas.

Na investigação estiveram envolvidos, além das autoridades de Reedley, os CDC, FBI (Departamento Federal de Investigação), Departamento de Controlo de Substâncias Tóxicas da Califórnia (DTSC), Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Departamento de Saúde Pública da Califórnia e Departamento de Saúde Pública do Condado de Fresno, identificou o jornal California Globe.