Mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro e dos distritos de Beja e Faro estão em perigo máximo de incêndio nesta seguda-feira, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, estão em perigo muito elevado cerca de 60 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Évora, Portalegre, Lisboa, Leira, Aveiro, Viseu, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.

Em perigo elevado estão cerca de 70 concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Porto, Braga, Aveiro, Leiria, Coimbra, Lisboa, Santarém, Portalegre, Beja, Évora, Setúbal e Faro.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

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Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, o Governo está a ponderar declarar situação de alerta devido ao elevado perigo de incêndios rurais, disse esta segunda-feira a secretária de Estado da Proteção Civil.

Governo pondera declarar situação de alerta por causa do risco de incêndio diz que JMJ não afetou meios de combate

Em entrevista à RTP, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, explicou que o Governo está “em fase de reavaliação” e a “acompanhar todos os indicadores” que foram recolhidos durante a noite. “Vamos acompanhá-los durante a manhã de hoje para decidir se vamos determinar ou não a situação de alerta.”

O ministro lembrou que, no ano passado, foi necessário decidir a situação de alerta duas vezes e ainda uma situação de contingência, “que é ainda de mais elevado risco”. “Vamos avaliar a meio da manhã para podermos decidir.”

José Luís Carneiro destacou que, caso seja decidida a situação de alerta, há a “garantia de mobilização de mais meios para associações humanitárias e também para o dispositivo de Proteção Civil”, já que “os vínculos laborais têm aqui um apelo de mobilização para uma situação de maior necessidade”. A situação de alerta também permite estabelecer “medidas mais rígidas no que respeita ao acesso a espaços florestais expostos a maior risco e particularmente cuidados mais rígidos também na realização de eventos.”

O ministro disse que, neste momento, Portugal tem “o maior número de meios humanos, materiais, mecânicos, técnicos e também o maior investimento de sempre, mesmo nos meios aéreos”. No entanto, lembrou que “os meios, como se tem visto noutros países, são sempre escassos quando estamos confrontados com incêndios denominados extremos”, realçando que a prevenção deve começar pelas “atitudes e comportamentos responsáveis”, já que dois terços dos incêndios têm como fonte principal a negligência no uso de fogo.

Desde o início do ano, as mais de 5.529 ocorrências de fogo já afetaram 19.106 hectares de espaços rurais.

Para esta segunda-feira, o IPMA prevê uma pequena subida da temperatura no Norte e Centro, e a continuação de tempo quente com céu limpo. O vento vai soprar mais intenso nas terras altas.

Quanto a temperaturas, as mínimas vão variar entre os 14º Celsius (Bragança) e os 28ºC (Portalegre) e as máximas entre os 29ºC (Faro e Sines) e os 44ºC (Évora).

(Atualizada às 8h45 com entrevista de ministro da Administração Interna)