O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, disse esta quarta-feira na Cimeira da Amazónia que os países ricos devem “fazer a sua parte” na preservação ambiental e pediu mais voz para os países com florestas em fóruns multilaterais.

“Os compromissos de enfrentar a crise climática com inclusão social e proteção das florestas não podem ser um mantra de discursos repetidos, os países desenvolvidos precisam cumprir suas metas”, declarou Vieira, no segundo dia da Cimeira da Amazónia, na cidade brasileira de Belém.

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Neste segundo dia, os oito países sócios da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA) — Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela — convidaram para os debates a Indonésia, a República do Congo e a República Democrática do Congo, que também possuem extensas áreas de floresta tropical.

Da mesma forma, estão representados França, Noruega e São Vicente e Granadinas, este último por exercer a presidência pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

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No seu discurso, o ministro brasileiro afirmou que os países com florestas tropicais precisam ter “o peso e a voz” que “lhes correspondem nos fóruns multilaterais”. “Temos muito a ensinar ao mundo na área ambiental, temos perto de metade ou mais dos nossos territórios cobertos por florestas“, frisou.

Nesse sentido, Vieira destacou que os países desenvolvidos também “têm que fazer a sua parte” e cumprir as suas “metas de financiamento” para os que estão em desenvolvimento, nas áreas de “clima, biodiversidade e desenvolvimento sustentável”.

Na terça-feira, os oito países amazónicos exortaram o mundo desenvolvido a cumprir “a meta de mobilizar 100 mil milhões de dólares [cerca de 91 mil milhões de euros] anualmente em financiamento climático”, no comunicado conjunto divulgado no final do primeiro dia da Cimeira da Amazónia.

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