Apesar das baixas por lesão de Pedro Pablo Pichardo e de Patrícia Mamona, e de todos os problemas que a comitiva enfrentou para chegar a Budapeste tendo em conta o caos que se vivia no aeroporto de Frankfurt devido ao mau tempo, o primeiro dia dos Mundiais de atletismo, também ele atrasado duas horas no início por uma súbita tempestade, acabou por ser positivo para Portugal com a qualificação para a final de Tiago Pereira no triplo salto, a passagem de Isaac Nader às meias dos 1.500 metros e o recorde de João Vieira entre o 33.º lugar nos 20 quilómetros marcha, igualando o registo máximo de 13 participações em Campeonatos do Mundo. Agora, e dentro de expetativas mais baixas, havia mais metas por atingir este domingo.

O legado de Évora e Pichardo foi mantido: Tiago Pereira coloca Portugal numa final do triplo salto pela oitava edição consecutiva

O dia começou com mais um bom resultado nos 20 quilómetros marcha femininos, que terminou com Ana Cabecinha na nona posição com o melhor resultado da época (1.28.49, marca que valeu também o apuramento para os próximos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris) numa prova ganha pela espanhola Maria Pérez (1.26.51) e com Vitória Oliveira em 24.º com um novo recorde pessoal de 1.33.04. Agora, ainda na sessão matutina do dia 2, seguia-se a qualificação do disco com Liliana Cá e Irina Rodrigues.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ana Cabecinha consegue marca de qualificação para Paris2024 nos 20 km marcha

Com a marca mínima de apuramento direto para a final nos 64 metros, Liliana Cá foi a primeira atleta nacional a competir e, sem alcançar esse registo que dava acesso automático, colocou-se numa posição privilegiada para chegar às 12 finalistas com 63,34, o quinto melhor registo do grupo A de apuramento onde garantiram a final direta três das favoritas às medalhas: Valarie Allman (EUA, 67,14), Bin Feng (China, 65,68) e Sandra Perkovic (Croácia, 65,62). A alemã Shanice Craft acabou com 63,42.

Liliana Cá quarta no lançamento do disco da etapa de Florença da Liga Diamante

Olhando para o leque de atletas que entraria no grupo B, muito dificilmente Liliana Cá não conseguiria atingir a final da competição sendo que agora entrava também em ação Irina Rodrigues, 39.ª do ranking mundial que tinha como melhor marca do ano 60,76 e como recorde pessoal 63,96. Foi isso que acabou por acontecer: a alemã Claudine Vita (64,51) e a norte-americana Laulauga Tausaga (64,34) foram as duas únicas atletas a conseguir qualificação direta e Liliana Cá passou à decisão com o sétimo melhor registo acumulado das duas séries, ao passo que Irina Rodrigues ficou em 26.º com a melhor tentativa a 57,08.

Caiu, ligou o pé, a rótula saiu do sítio. Tentou mais sem êxito. Liliana Cá fez histórico quinto lugar mas chorou por não gostar de desistir

De recordar que Liliana Cá, de 36 anos, atleta que fez uma longa interrupção na carreira numa altura em que não vivia em Portugal antes de voltar não só ao país mas também à competição, terminou os Mundiais de Eugene, no ano passado, na sexta posição com a marca de 63,99. Também em 2022, Liliana Cá terminou a final dos Campeonatos da Europa ao Ar Livre no quinto posto. Antes, ainda em 2021, a portuguesa teve um dos resultados surpresa na final dos Jogos Olímpicos, terminando na quinta posição com 63,93 tendo contraído uma lesão durante o concurso após um período de chuva que se fez sentir em Tóquio.

Liliana Cá sexta no lançamento do disco nos Mundiais de atletismo