Os trabalhadores de terra do grupo SATA afetos ao sindicato Sitava vão estar em greve ao trabalho suplementar, de 1 de setembro a 1 de outubro, queixando-se de “tratamento discriminatório” pela empresa, que diz manter “total disponibilidade” para negociar.

De acordo com o pré-aviso de greve do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), enviado à Lusa, “a atitude da empresa no que diz respeito aos trabalhadores confere um tratamento discriminatório“, devido à “falta de equidade em relação ao pagamento de trabalho extraordinário e do gozo de férias entre as diversas categorias profissionais existentes”.

A greve ao trabalho complementar soma-se a uma paralisação dos oficiais de operações de voo e técnicos de manutenção da SATA Air Açores convocada pelo sindicato para entre 29 e 31 de agosto, anunciada na semana passada.

SATA tomará medidas para minimizar transtorno com greve de oficiais de operações e técnicos de manutenção

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo fonte da estrutura representativa, existem 421 trabalhadores de terra afetos ao sindicato na SATA Air Açores (que faz as ligações entre as ilhas dos Açores) e 94 na Azores Airlines (responsável pelas ligações de e para fora da região).

“Não se vislumbra qualquer medida tendente a reparar estas injustiças, nem sequer propostas da parte da empresa, que venham ao encontro da equidade entre trabalhadores de terra. Embora tenha havido frequentes contactos, em nenhum deles a empresa mostrou vontade de progredir em relação às nossas justas reivindicações”, afirma o sindicato.

O Sitava considera inadmissível haver “trabalhadores que sem qualquer razão conhecida tenham mais dias de férias que outros”, entre outras matérias que motivam a paralisação.

Numa nota de imprensa, a SATA Air Açores “confirma a receção de um pré-aviso de greve do Sitava, abrangendo os trabalhadores de terra, com efeitos na prestação de trabalho suplementar prestado em dias úteis, feriados, descanso semanal ou descanso semanal complementar, a partir de 1 de setembro e até ao dia 1 de outubro de 2023, para todos os estabelecimentos da empresa nos Açores”.

A SATA Air Açores “reitera, como sempre referiu ao Sitava, que mantém total disponibilidade para avaliar quaisquer temas que possam surgir para encontrar em conjunto soluções de compromisso que garantam a sustentabilidade futura da atividade e o desejável equilíbrio entre os períodos de trabalho e períodos de descanso, nos termos que possam ser comportáveis para todos”.

A operadora aérea recorda que, em relação aos técnicos de manutenção de aeronaves, “concretizou propostas que têm por objetivo oferecer aos três trabalhadores associados do Sitava as mesmas condições que foram acauteladas para os restantes 50 técnicos de manutenção representados por outras estruturas sindicais”.

A empresa recorda que “também propôs o reconhecimento de carreira profissional para os oito oficiais de operações de voo”, sendo que, “em ambos os casos, até ao momento, o Sitava não aceitou as condições propostas pela companhia e que regem a relação laboral dos outros profissionais representados pelas outras estruturas sindicais”.

No pré-aviso de greve relativo à greve entre 29 e 31 de agosto, o Sitava referia já não ter chiado a acordo sobre a nova carreira de oficiais de operações de voo, num processo que se arrasta desde julho de 2022.

A SATA Air Açores anunciou então ter tomado “providências por forma a acautelar os serviços a prestar à operação aérea, durante o período de greve previsto”.