A empreitada para repor os antigos sentidos de trânsito nas laterais da Avenida da Liberdade, em Lisboa, arranca na segunda-feira, será realizada por fases para minimizar os constrangimentos e prevê-se a conclusão em quatro meses, anunciou o município nesta quintta-feira.

“A empreitada prevê a sinalização luminosa automática de trânsito, sinalização vertical e horizontal para a modernização semafórica, alteração de sentido das vias laterais e repavimentação das zonas intervencionadas”, informou a Câmara Municipal de Lisboa, presidida por Carlos Moedas (PSD).

Em resposta à agência Lusa, o município indicou que o prazo previsto da obra é de quatro meses, a intervenção será faseada de forma a minimizar os constrangimentos na zona da Avenida da Liberdade e “o valor do investimento da empreitada é de 522.542,56 euros”.

Em março deste ano, a Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), a quem a Câmara Municipal delegou a obra, disse que a empreitada que irá permitir repor os antigos sentidos de trânsito nas laterais da Avenida da Liberdade deveria ter início em abril, o que não aconteceu.

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Questionado sobre o atraso de quase cinco meses em relação à data prevista, o município revelou que “o primeiro concurso lançado pela EMEL ficou deserto”, pelo que teve de ser lançado novo concurso, que coincidiu com as festas da cidade e com a Jornada Mundial da Juventude, o que fez com que o arranque da obra fosse “adiado para a segunda quinzena de agosto”.

Adjudicada a empreitada, a obra terá início na segunda-feira, 28 de agosto, e será realizada em quatro fases (estima-se que cada fase da obra tenha uma duração entre cinco a 10 dias), de forma a “minimizar o impacto no trânsito, no estacionamento e no comércio local”. De acordo com o município, “será garantido o acesso a moradores, garagens, serviços e veículos de emergência, bem como a circulação pedonal e ciclável“.

A primeira fase decorre de 28 de agosto a 4 de setembro, entre o Marquês de Pombal e a Rua Alexandre Herculano (sentido sul), e o percurso alternativo será o acesso à Rua Alexandre Herculano através da Avenida Duque de Loulé e Rua Camilo Castelo Branco.

As restantes fases serão de 4 a 8 de setembro, entre a Rua Alexandre Herculano e a Rua Barata Salgueiro (sentido sul); de 11 a 18 de setembro, entre o cruzamento da Rua Alexandre Herculano com a Avenida da Liberdade (ilha); e de 19 a 28 de setembro, no troço entre a Praça Marquês de Pombal e a Rua Alexandre Herculano e o troço entre a Rua Alexandre Herculano e a Rua Rosa Araújo, segundo informação da Câmara disponibilizada no site, através de https://www.lisboa.pt/agenda/municipio/intervencao-nas-vias-laterais-na-avenida-da-liberdade.

A empreitada de reposição dos sentidos de trânsito nas laterais da Avenida da Liberdade pretende “melhor circulação rodoviária, mobilidade suave mais simples e segura e modernização da rede semafórica“, expôs o município.

Sobre a recomendação do BE, aprovada em março, na Assembleia Municipal de Lisboa, para que a Câmara articule a restituição do sentido de trânsito das laterais da Avenida da Liberdade com a implementação da Zona de Emissões Reduzidas (ZER), o município disse à Lusa que “a presente intervenção apenas visa a reposição dos sentidos de trânsito nas laterais da Avenida da Liberdade”, dando resposta à proposta nº 634/2020, aprovada por maioria na reunião da Câmara de 15 de outubro de 2020.

“Importa ainda referir que a Avenida da Liberdade integra atualmente a Zona 1 da ZER em vigor”, frisou a Câmara, indicando que nesta zona do eixo Avenida da Liberdade/Baixa apenas circulam veículos posteriores a 2000, ou seja, que respeitem as normas de emissão EURO 3 (em geral, veículos ligeiros fabricados depois de janeiro de 2000 e pesados depois de outubro de 2000).

Em outubro de 2020, a Câmara de Lisboa, então liderada por Fernando Medina (PS), aprovou uma proposta da vereadora Teresa Leal Coelho (PSD) para a reposição dos sentidos de circulação dos corredores laterais da Avenida da Liberdade.

A autarquia procedeu, em 2012, a um conjunto de alterações na circulação rodoviária na rotunda do Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, que de imediato tiveram impacto “em toda a mobilidade da cidade de Lisboa, devido à importância desta zona enquanto pólo distribuidor dos fluxos de tráfego na cidade”, defendia então a autarca do PSD.

Na Avenida da Liberdade foram redefinidas as vias de circulação do corredor central e o sistema de circulação nos corredores laterais também foi alterado, deixando de ser possível percorrer no mesmo sentido toda a avenida pelas laterais.