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Gonçalo Borges, o funcionário do mês que traz crédito do banco para ir aos descontos (a crónica do Rio Ave-FC Porto)

Este artigo tem mais de 6 meses

FC Porto voltou a falhar em muitos aspetos, esteve de novo em desvantagem mas puxou o filme atrás para ver Gonçalo Borges desequilibrar e Marcano decidir nos descontos em Vila do Conde (1-2).

FC Porto festejou e muito o golo de Marcano, que voltou a decidir nos descontos uma semana depois do triunfo com o Farense
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FC Porto festejou e muito o golo de Marcano, que voltou a decidir nos descontos uma semana depois do triunfo com o Farense

LUSA

FC Porto festejou e muito o golo de Marcano, que voltou a decidir nos descontos uma semana depois do triunfo com o Farense

LUSA

Foi apenas uma homenagem, serviu para falar sobre mais dentro dessa mesma homenagem. Numa altura em que continua a cumprir castigo após a expulsão na Supertaça com o Benfica, está afastado do banco e prefere não fazer conferências de imprensa antes dos jogos, Sérgio Conceição recebeu duas peças de porcelana feitas em exclusivo para a ocasião por parte da Comissão de Apoio à Recandidatura de Pinto da Costa e falou pela primeira vez em termos públicos depois da saída de Otávio para o Al Nassr. Contra o que se poderia pensar, mas que no fundo acaba por entroncar naquilo que tem sido a postura desde que assumiu o comando técnico no verão de 2017, o técnico fez rasgados elogios ao líder portista apontando à reconquista do título.

Rio Ave-FC Porto. Segunda parte começa sem alterações (0-0, 46′)

“A devida homenagem devia ser feita a ele, ao nosso presidente, porque foi ele que apostou em mim. Uma pessoa e um clube que no fundo têm o mesmo propósito do que eu todos os dias: ganhar, ganhar e ganhar. Infelizmente não nos foi possível no ano passado ganhar tudo naquilo que são as competições internas, pelo menos a mais importante, mas da minha parte, da parte da equipa e do staff, vamos continuar a defender os pergaminhos deste grande clube com ambição, determinação e vontade enorme de vencer. É com esse sentimento que vamos encarar esta nova época para que no final do ano possamos estar aqui outra vez para se possível mais uma homenagem pelo principal objetivo que é o Campeonato”, frisou no discurso da cerimónia que não contou com o próprio Pinto da Costa, ainda fora da cidade após o casamento.

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“A devida homenagem devia ser feita ao presidente, uma pessoa altruísta e com mentalidade ganhadora em que me revejo”, diz Sérgio Conceição

“Há uma palavra que tenho de dar a uma pessoa que é completamente altruísta, porque podia estar agora a descansar mas tem uma energia e uma vitalidade enormes, com uma mentalidade em que me revejo, vencedora e ganhadora, que fez com que, desde que assumiu a presidência do nosso clube tenha atingido tantos títulos nacionais e internacionais. Espero que assim continue por muitos mais anos e conto dar mais alegrias a todos os trabalhadores e adeptos”, reforçou Sérgio Conceição, em pleno relvado do Dragão. Ou seja, e numa fase de grande especulação pela necessidade de reforços a poucos dias do fecho do mercado e pela obrigatoriedade de encontrar soluções para substituir Otávio, o treinador ficou apenas pelos elogios.

Os resultados apontavam para um início oficial de época mais conturbado do que era esperado (até mesmo desejável). Ou seja, mesmo não tendo exibições “convincentes”, o FC Porto começou a Primeira Liga com dois difíceis triunfos em Moreira de Cónegos e com o Farense. Ao mesmo tempo, havia agitação. Agitação pela falta de reforços, apesar de Jorge Sánchez estar certo e Iván Jaime muito próximo. Agitação pelo caso Moutinho, que com tudo feito para rumar ao Dragão assinou pelo Sp. Braga – o que levou André Villas-Boas, antigo técnico do clube, a falar de “vergonha alheia”. Agitação pelas notícias que iam saindo sobre a situação de Taremi, que estaria a “forçar” a saída para o AC Milan. Agitação pela ausência de Sérgio Conceição, que continuava a ter de dirigir a equipa a partir do camarote sem presença ativa na zona técnica.

Era neste contexto que o FC Porto chegava a Vila do Conde, onde perdeu no último verão por 3-1 com 3-0 ao intervalo numa das exibição mais criticada pelo técnico ao longo de mais de seis anos, com o objetivo de ir aos nove pontos, manter 100% de invencibilidade e juntar-se ao V. Guimarães e ao Sporting na liderança com o terceiro triunfo. Para isso, tentava corrigir três dos pontos que tinham falhado nas partidas iniciais: ter um encontro em branco e sem dar grandes oportunidades ao adversário; melhorar as dinâmicas de um meio-campo que ainda procura estabilizar após a saída de Uribe; voltar a “ligar” Taremi à equipa depois de um início muito aquém sem golos nem assistências que contrastava com o que aconteceu em 2022/23.

Em larga medida, os problemas continuaram mas o resultado acabou por ser o mesmo: vitória por 2-1 (que no final é o que conta). No entanto, e apesar de ter havido mais Nico González no jogo do que com o Farense – Alan Varela estreou-se na lista mas ficou no banco –, o filme da redenção voltou a ter os mesmos atores principais da última partida com Gonçalo Borges a sair do banco para desequilibrar e fazer o que ninguém conseguira até aí e Marcano a subir à área contrária para decidir em período de descontos (90+4′). Como às vezes não há duas sem três, até pode ser que a próxima partida tenha as mesmas características mas aquilo que fica é sobretudo a ideia de que os dragões terão de construir uma nova forma de jogar sem Otávio e têm em jogadores como Gonçalo Borges a resposta para ganhar largura e profundidade pelos corredores.

Ficha de jogo

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Rio Ave-FC Porto, 1-2

3.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Rio Ave, em Vila do Conde

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Rio Ave: Magrão; Pantalon, Aderllan Santos, Josué (Patrick, 75′); Costinha, Amine (Vítor Gomes, 64′), Guga (Ventura, 90+2′), Fábio Ronaldo; Joca (Zé Manuel, 75′), João Graça (Leonardo Ruíz, 64′) e Boateng

Suplentes não utilizados: Lucas Flores, Hernâni, Sávio e Ukra

Treinador: Luís Freire

FC Porto: Diogo Costa; João Mário (Gonçalo Borges, 78′), Pepe, Marcano, Zaidu (Wendell, 62′); Nico González (André Franco, 78′), Eustáquio; Pepê, Galeno; Taremi (Fran Navarro, 78′) e Toni Martínez (Danny Namaso, 62′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Fábio Cardoso, Grujic e Alan Varela

Treinador: Vítor Bruno (devido ao castigo de Sérgio Conceição)

Golos: Costinha (52′, g.p.), Galeno (90+1′, g.p.) e Marcano (90+4′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Aderllan Santos (16′), Nico González (19′), Amine (32′), Josué (56′), Pantalon (62′), Wendell (68′), Danny Namaso (76′) e Luís Freire (77′)

Ao ganhar a moeda ao ar, Pepe mostrou logo ali o que o FC Porto queria: resolver cedo o jogo. Nesse intuito, optou por escolher o campo e colocar os dragões a favor do vento na primeira parte para tentar a partir daí ganhar alguma vantagem que se notou na primeira vez em que Magrão tentou bater na frente, com a bola a enrolar no ar e quase a parar a determinada altura da ascensão. No entanto, os minutos iniciais não tiveram nisso uma vantagem e, entre passes errados entre pouca velocidade na variação de corredores, o primeiro sinal de perigo chegou pelo Rio Ave num remate de João Graça que assustou Diogo Costa depois de uma boa recuperação em zona alta de Amine (9′). Ficou o alerta, entre muitos olhares comprometidos e gestos com as mãos a tentar corrigir aquela falha, serviu de lição e os portistas foram crescendo a partir desse lance.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Rio Ave-FC Porto em vídeo]

Sempre que colocava mais velocidade e intensidade na partida, o FC Porto era melhor. Foi assim que, num lance que começou numa grande diagonal de João Mário da direita para dentro, Taremi recebeu no corredor central de Eustáquio para marcar num lance que foi invalidado por fora de jogo de sete centímetros (12′). Foi assim que, na sequência de uma jogada que começou numa recuperação de Taremi no meio-campo, Galeno saiu rápido na transição, cruzou atrasado mas Pepê, sozinho na área e com tudo para marcar, atirou muito por cima (21′). Foi assim que, numa segunda bola que sobrevoou corredores, Galeno cruzou em balão para a área e Taremi desviou de cabeça por cima (29′). O Rio Ave não tinha qualquer expressão ofensiva nessa fase e, apesar da boa organização sem bola, os dragões que iam somando aproximações interessantes.

A partir daí e até ao intervalo, o encontro entrou numa fase mais monótona, sem balizas e com demasiados passes errados que quebraram a qualidade (que também não tinha sido muita). O FC Porto tinha o mérito de ir controlando as parcas tentativas de o Rio Ave sair em transição mas continuava perdido entre um meio-campo sem ideias e corredores laterais que agitavam mas na base do fogo de vista. O Rio Ave tinha o mérito de ir travando as parcas tentativas de o FC Porto criar situações no último terço mas continuava à procura de ligações ao setor ofensivo que só aconteciam quando as unidades avançadas desciam em demasia no terreno. Assim, e de forma natural, o nulo foi-se mantendo e tornou-se um desfecho natural para a primeira parte.

Sérgio Conceição teria de mexer em algo para tirar o FC Porto da monotonia sem estar dependente de um qualquer rasgo individual que conseguisse desencantar uma oportunidade (e depois ainda era preciso que a mesma fosse concretizada, como também não tinha acontecido), sendo que era na ligação entre setores que estava o principal problema de um conjunto azul e branco que se terá de reinventar para encarar qualquer jogo com os argumentos que atualmente conserva no seu plantel – que é como quem diz, terá de aprender a jogar sem Otávio, um daqueles elementos que é insubstituível pelas suas características. E se o cenário não era famoso, pior ficou no arranque da segunda parte: Guga desviou um remate de Fábio Ronaldo para o poste e Galeno fez falta sobre Boateng, com Costinha a inaugurar o marcador de penálti (52′).

Vítor Bruno, adjunto a fazer de novo de técnico principal, não demorou a mexer com as saídas de Zaidu (em mais uma noite desastrada) e Toni Martínez e as entradas de Wendell e Danny Namaso. Era isso que faria a diferença? Num qualquer lance que pudesse aparecer sim, naquilo que a partida estava a necessitar nem por isso. Porquê? Porque era na construção, nos equilíbrios, na procura de espaços e no jogo entre linhas que se fixavam as principais fraquezas de uma equipa que tentava ser forte pelas laterais mas embatia de forma repetida em cruzamentos para a área que iam sendo aliviados sem grande perigo. A pressão era maior, a conquista de metros era evidente, as oportunidades rareavam e os tiros enquadrados eram… zero.

Só perto do último quarto de hora (sem descontos) chegou o primeiro remate enquadrado dos dragões, com Galeno a aparecer ao segundo poste após cruzamento largo da direita e a cabecear com a bola a desviar num defesa e a ser travado por Magrão (73′). Logo de seguida, na primeira vez em que um avançado portista foi lançado na velocidade, Danny Namaso arriscou o remate de pé direito mas o guarda-redes brasileiro do Rio Ave voltou a defender (74′). Entre algumas paragens que se foram sucedendo, o FC Porto arriscava tudo com as entradas de André Franco, Fran Navarro e Gonçalo Borges e seria mais uma vez o jovem formado no clube a fazer a diferença: ganhou a grande penalidade que deu a Galeno o empate aos 90+1′, esteve na jogada que originou o canto de onde nasceria a reviravolta com Wendell a trabalhar com André Franco a assistir Marcano na área aos 90+4′ e ficou muito perto de aumentar a vantagem na direita aos 90+8′.

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