O Governo do estado brasileiro de São Paulo anunciou na terça-feira o fim da Operação Escudo, uma ação policial lançada no final de julho que causou pelo menos 28 mortos, tendo recebido fortes críticas.

“O Estado não será afrontado em nenhuma ocasião em São Paulo. Esperamos que novas operações não sejam necessárias, mas caso se façam necessárias, caso o Estado seja afrontado, em qualquer ponto, operações como a Escudo serão desencadeadas”, disse o secretário da Segurança Pública estadual, Guilherme Derrite.

A operação terminou com a detenção de 958 pessoas, das quais 382 eram procuradas pela justiça, e a apreensão de 117 armas e quase uma tonelada de drogas, disse o Governo de São Paulo, num comunicado. Até 1 de setembro, o Conselho Nacional de Direitos Humanos tinha reunido pelo menos 11 relatos de violações durante a Operação Escudo, devido à ação policial.

Segundo a imprensa brasileira, o Conselho recomendou ao governo de São Paulo que encerrasse a operação e apresente, no prazo de 20 dias, esclarecimentos sobre as circunstâncias das mortes decorrentes da intervenção policial. O órgão pediu, ainda, que o governo de São Paulo explique, nesse prazo, a não utilização de câmaras de filmar corporais por parte dos polícias durante as ações contra o crime organizado.

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As denúncias apuradas pelo Conselho junto de testemunhas relatam casos de execuções, pessoas de outras zonas levadas para serem mortas onde ocorria a operação, invasão de casas, omissão de socorro médico, ausência de câmaras ou identificação nas fardas dos polícias e a morte de moradores de rua.

A operação foi iniciada no fim de julho e é a mais letal do estado brasileiro de São Paulo. As ações começaram um dia após o assassínio de um agente da polícia militar perto de uma comunidade pobre na cidade do Guarujá.

Após o ocorrido, autoridades do governo regional de São Paulo mobilizaram uma equipa de 600 agentes do litoral paulista e iniciaram as buscas pelos suspeitos de envolvimento no crime, que já foram detidos. Com o aumento da tensão, o governo ‘paulista’ decidiu manter um patrulhamento intensivo no litoral do estado.