O senador republicano de Utah, Mitt Romney, disse nesta quarta-feira que não concorrerá à reeleição em 2024, criando uma disputa aberta num estado que favorece fortemente o seu partido e deve atrair vários nomes para a sucessão.

Romney, ex-candidato presidencial em 2012 e governador de Massachusetts entre 2003 e 2007, fez o anúncio numa declaração por vídeo, afirmando que o país está pronto para uma nova geração de liderança. “São eles que precisam tomar as decisões que moldarão o mundo em que viverão”, defendeu.

O político de 76 anos venceu facilmente as eleições no Partido Republicano de Utah em 2018, mas esperava-se que enfrentasse mais resistência depois de emergir como um dos membros mais visíveis a romper com Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.

Romney tornou-se em 2020 no primeiro senador na história dos Estados Unidos a votar pela condenação de um Presidente do seu próprio partido num julgamento de impeachment. Foi também o único republicano a votar contra Trump no seu primeiro impeachment e um dos sete a votar pela condenação no segundo, mas Trump acabou absolvido pelo Senado nas duas vezes.

O senador foi vaiado numa reunião dos membros mais ativos do Partido Republicano de Utah meses depois da sua votação no segundo julgamento de impeachment, e uma medida para censurá-lo falhou por curta margem. Ainda assim, Romney tem sido visto como amplamente popular no Utah, que há muito alberga um grupo do partido que favorece o conservadorismo civil e resiste ao estilo político de Trump, impetuoso e violador das normas.

O estado acolhe o projeto de angariação de fundos Lincoln Project, de génese anti-Trump, e é nele que figuram políticos como Evan McMullin, que lançou uma campanha presidencial remota em 2016 também contra Trump, e o governador do Partido Republicano, Spencer Cox, que criticou o ex-presidente, que eestá a concorrer à reeleição em 2024 enquanto é alvo de processos judiciais em várias jurisdições.

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