Um, dois, três, quatro. O resultado final foi diferente, entre a vitória em Moreira de Cónegos, a igualdade caseira com o Sporting e a derrota com o Farense, mas o intervalo tinha chegado sempre da mesma forma para o Sp. Braga nos últimos encontros. Esta noite, no regresso à fase de grupos da Liga dos Campeões mais de uma década depois, não foi diferente. Mais: nunca os minhotos tinham conseguido uma reviravolta após saírem a perder no final da primeira parte nos 12 encontros que tinha realizado na Champions. Também não foi esta noite mas tudo poderia ter sido diferente, naquela que foi uma noite inglória que depois do empate de Bruma teve um autogolo de Niakaté aos 88′ e um remate ao poste de Pizzi aos 90+5′. Contas feitas, aos 88′ o grupo C tinha todas as contas empatadas; no final, com triunfos do Nápoles e do Real (nos descontos), acabou por imperar a lei do mais forte. E é perante isso que se segue o encontro fora com o Union Berlim.

Bruma não merecia que esvaziassem aquele balão de futebol (a crónica do Sp. Braga-Nápoles)

Na estreia de 12 jogadores na Liga dos Campeões (Matheus, Víctor Gómez, Niakaté, Borja, Al Musrati, Vítor Carvalho, Ricardo Horta, Álvaro Djaló, Abel Ruíz, Zalazar, Banza e Marín), o Sp. Braga voltou a perder na estreia na Champions como tinha acontecido em 2010 (Arsenal, 6-0) e em 2012 (Cluj, 2-0) e consentiu o quinto desaire consecutivo na prova, sétimo nos últimos oito jogos. Nem mesmo o quinto golo da época de Bruma, mais do que marcou em 2022/23 entre Fenerbahçe e Sp. Braga, evitou um cenário que nem por isso beliscou a imagem com que a formação minhota saiu da partida com os italianos no mesmo dia em que a equipa Sub-19 dos arsenalistas teve uma estreia de sonho na Youth League com um triunfo por 1-0.

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“Injusto? Serei sempre suspeito, mas acho que sim, pelo que fizemos… Fizemos um bom jogo contra um grande adversário, de muita qualidade, mas procurámos contrariá-lo e em grande parte do jogo conseguimos estar equilibrados. Fomos infelizes nos detalhes, que passam por sofrer golos nos descontos das duas partes por exemplo. Estou muito satisfeito com o contributo dos meus jogadores pois todos cumpriram o plano e estivemos perto de conquistar pontos, o que na minha opinião seria mais justo”, referiu no final da partida o técnico Artur Jorge, em declarações na zona de entrevistas rápidas da Eleven Sports.

“Tínhamos a expectativa de começar com outro resultado, independentemente do que seja o passado, que foi longo para nós de afastamento desta competição. Ficámos com a sensação de que poderíamos ter levado pontos daqui. Nos momentos em que sofremos os golos há pouco tempo para reagir. A equipa esteve muito bem, mesmo no processo defensivo. Estivemos muito perto de conseguir outro resultado, até porque igualámos e superámos este adversário em parâmetros fundamentais. Palestra ao intervalo? Foi um discurso para serenar, para acreditarmos que íamos fazer golos. Também para sermos mais rigorosos e chegarmos ao golo que naquela altura seria do empate”, prosseguiu o treinador dos minhotos.

Este é um resultado em que perdemos com grande dignidade. Quem acredita menos em nós pensaria que seria bem mais fácil para o Nápoles e a verdade é que não foi. Viu-se pela forma como saímos desiludidos e eles contentes. Demos um sinal de grande carácter, o que será bom para o futuro, para termos um Sp. Braga sempre mais próximo do que fomos”, concluiu.

“Derrota injusta? Sim, fizemos um jogo digno para a qualidade desta competição mas sabíamos que os detalhes e as faltas de concentração podiam dar em golos. Estamos tristes e desanimados por não termos conquistado um ponto mas foi só um jogo. Eles tiveram as suas oportunidades na primeira parte e nós também, mas depois de irmos a perder para o intervalo, tínhamos de acelerar o jogo. Chegámos ao empate e podíamos ter ganho, sofremos o autogolo e isso fez com que perdêssemos, mas foi um bom jogo. Teoricamente dizia-se que ia ser um grupo de morte mas nós respondemos em campo, batemo-nos de igual para igual com o Nápoles e vamos fazer isso em todos os jogos”, comentou no final o capitão Ricardo Horta.