A DeepMind, detida pela Google, utilizou a Inteligência Artificial para identificar mutações de ADN que podem causar doenças. É através do programa AlphaMissense, desenvolvido por cientistas, que a empresa afirma que consegue prever se milhões de mutações genéticas podem ser inofensivas ou suscetíveis de causar doenças.

O The Guardian indica que esta ferramenta, que faz previsões sobre as chamadas mutações “missense” (ou mutação de sentido trocado, onde uma única letra está escrita incorretamente no código de ADN), é uma tentativa de acelerar a investigação e o diagnóstico de doenças raras. O mesmo jornal escreve que essas mutações são na sua maioria inofensivas, contudo podem provocar doenças como fibrose cística ou cancro.

Os cientistas utilizaram o AlphaMissense para avaliar 71 milhões de mutações que poderiam afetar o ser humano. O programa, que a DeepMind diz ter uma precisão de 90% e que foi ‘alimentado’ com dados de ADN de humanos e primatas, previu que 57% dessas mutações poderiam ser inofensivas, enquanto 32% poderiam ser prejudiciais. A empresa afirma que não foi possível fazer uma previsão quanto às restantes mutações.

Em declarações ao The Guardian, Joe Marsh, biólogo computacional na Universidade de Edimburgo, que não esteve envolvido no projeto, disse que se os especialistas decidirem que o AlphaMissense é uma ferramenta confiável, as suas previsões podem ter impacto no diagnóstico futuro de doenças. Desta forma, considerou que o programa tem “um grande potencial”.

Os cientistas da DeepMind envolvidos no projeto lançaram, com base nas descobertas que fizeram, um catálogo online gratuito de previsões para ajudar os médicos que estudam a forma como as mutações podem provocar doenças ou que diagnosticam pacientes com doenças raras. De acordo com a BBC, a empresa detida pela Google acredita que o AlphaMissense será também capaz de orientar os médicos para melhores tratamentos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR