O social-democrata e comentador Luís Marques Mendes avisa a oposição para o eleitoralismo do PS que “está de volta”. À entrada de um ano eleitoral (há europeias a 9 de junho do próximo ano), Mendes diz que foi assim que leu o desacerto entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças sobre o salário mínimo nacional e o IRS, na última semana, admitindo mesmo que Costa “percebeu que era um suicídio político” pôr quem recebe a remuneração mínima a pagar IRS e “não está para mais desgaste”.

A decisão anunciada por Costa no debate da moção de censura, na última terça-feira, é vista por Mendes como um sinal de cautela socialista numa altura em que se prepararam eleições. “A oposição que se cuide”, alertou o social-democrata que também atira: “Não sei se o eleitoralismo alguma vez desapareceu mas está, pelo menos , de volta”.

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Quanto ao debate da semana passada, Mendes considera que serviu “para entalar o PSD” e que o “Governo teve uma vitória de camarote, sem precisar de fazer nada”. Já sobre as medidas para responder aos problemas na habitação, o comentador e ex-líder do PSD diz que “o Governo agiu tarde, nomeadamente na moratória” para os créditos à habitação, já que muitas pessoas já tiveram de entregar a casa aos bancos. Ainda assim, Mendes acredita que o Governo “agiu com equilíbrio” e espera que “também tenha equilíbrio na questão das rendas”. Neste último ponto fala em apoios aos inquilinos mas também aos senhorios “que não são ricos”, duvidando que “o Governo seja equilibrado nesta matéria”.

Quanto ao próximo Orçamento, Mendes diz que é preciso ter “prudência” e que é preciso “continuar a trajetória de redução da dívida”. E que se for “um Orçamento para ajudar a subir salários, será uma oportunidade ganha, se não, será uma oportunidade perdida”. Mas diz que devia ser acompanhado de um pacto social (proposto pela CIP), entre Governo e parceiros sociais.

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