O Grupo Eskada discorda da decisão do Ministério da Administração Interna (MAI), esta segunda-feira anunciada, de encerrar a discoteca no Porto, considerando que empobrece o turismo e coloca em risco dezenas de postos de trabalho.

De acordo com fonte do MAI, com base num relatório da PSP e em comunicações feitas pelo município do Porto, o ministério liderado por José Luís Carneiro decidiu pelo encerramento do estabelecimento situado na Rua da Alegria por um período máximo de seis meses.

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Em causa, segundo fonte oficial do MAI, está a avaliação, pela Câmara do Porto, da lotação máxima do espaço, bem como um pedido feito à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para que clarifique questões relacionadas com saídas de emergência e bocas de incêndio.

Em comunicado enviado à Lusa, a gerência refere que o Grupo Eskada “sempre pautou a sua atuação pela legalidade, tendo como máximo objetivo proporcionar um ambiente de grande segurança e convivência a todos os seus clientes” nos estabelecimentos de diversão que “explora há mais de 10 anos em quatro cidades”.

“É a forma como recebemos os nossos clientes que está na raiz do nosso sucesso, pelo que não podemos de forma alguma aceitar (nestes tempos tão pautados pelos exageros das redes sociais e dos media) que se passe uma imagem do nosso grupo como um espaço de violência e de delinquência. Tal facto não corresponde à verdade”, lê-se na publicação.

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E continua: “reconhecemos, contudo, que nos últimos tempos algumas situações anormais aconteceram, sendo que a esmagadora maioria ocorreu fora do estabelecimento sem qualquer ligação ao Espaço Eskada ou aos seus funcionários“.

Afirmando respeitar a decisão do MAI, lamenta a gerência do Eskada que por diversas vezes tenha solicitado “apoio às autoridades de segurança pública, sem sucesso, para implementar medidas que ajudassem a eliminar e/ou mitigar os problemas que ocorreram nos últimos meses”. “Por essa mesma razão não podemos concordar com o mesmo [a decisão]”, lê-se.

Para a gerência, o encerramento cautelar do estabelecimento é algo que não só os “entristece”, mas também “que empobrece a oferta turística da cidade do Porto e que coloca em risco dezenas de postos de trabalho”.

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“Estamos a trabalhar intensamente junto das autoridades, e em colaboração com as mesmas, para poder restabelecer as condições, que entendam necessárias, para a reabertura urgente do Eskada Porto”, revela ainda a nota de imprensa.

O comunicado termina com a gerência a assegurar que a segurança de todos os clientes e amigos é também “um imperativo” para os gestores e que “não podem aceitar que os desacatos de uns poucos possam afetar a diversão ordeira de milhares de clientes e turistas e possam ser fundamento da destruição de um espaço já emblemático da noite do Porto“.

De acordo com um despacho citado pelo JN, são destacadas “alegadas agressões envolvendo funcionários ou seguranças privados da discoteca e episódios entre clientes — com vários deles a receber assistência hospitalar”.