Os vereadores do PS, PSD, CDU e BE da Câmara do Porto disseram esta segunda-feira concordar com o encerramento temporário da discoteca Eskada, por ordem da tutela, defendendo um debate alargado sobre o tema e maior fiscalização.

Em declarações aos jornalistas, à margem da reunião privada do executivo, o vereador do PS, Tiago Barbosa Ribeiro, salientou que a discoteca Eskada, na Rua da Alegria, “é um problema com muitas dimensões” e que engloba tanto a autarquia, ao nível das licenças e horários, como o MAI, ao nível da ordem pública.

Ministério da Administração Interna confirma ordem de fecho da discoteca Eskada no Porto

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Não há nenhuma perseguição a nenhuma entidade, muito menos a essa discoteca. Agora, as regras têm de ser cumpridas. Já existem dezenas de participações policiais relativamente ao que acontece ali”, referiu.

Tiago Barbosa Ribeiro salientou que o encerramento temporário do Eskada deve motivar “uma discussão mais alargada”, nomeadamente, se uma discoteca com aquelas características pode estar naquela zona da cidade, cuja envolvente é maioritariamente residencial.

“É algo que está completamente fora do enquadramento daquele espaço. Acho que é uma reflexão que deve ser feita. Agora, neste encerramento temporário, acho que será muito importante que revisitemos o que ali se passa e encontremos soluções para que seja possível compatibilizar os diferentes direitos na cidade”, referiu, defendendo fazer sentido alargar o regulamento da Movida do Porto a esta zona da cidade.

À semelhança do PS, também o vereador do PSD, Alberto Machado, defendeu que deve “ser feita uma reflexão” sobre a matéria e perceber que soluções podem mitigar o problema, tanto ao nível do ruído, como da segurança do espaço público.

“Das duas uma: ou para manter a discoteca no mesmo local, mas garantir que as implicações externas, nomeadamente ao nível do ruído, não se fazem sentir, ou então ponderar se não faz efetivamente sentido relocalizar aquela atividade económica para outro local”, referiu, dizendo que o local “mais interessante” poderá ser a zona industrial do Porto.

“Temos aqui um período de seis meses para que isso possa ser avaliado e discutido”, referiu, dizendo ser também necessário perceber se o estabelecimento está a cumprir a lei.

Também aos jornalistas, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, disse ter visto “com simpatia” o encerramento temporário da discoteca Eskada, por ordem do Ministério da Administração Interna.

“Espero que, entretanto, este problema se resolva”, referiu, acrescentando que há alguns meses visitou aquela zona da cidade e ouviu as queixas dos moradores, tendo trazido o problema ao executivo camarário.

“Às vezes a CDU perde por se antecipar às questões (…). Trouxe aqui [executivo] a questão e foi com grande preocupação que sempre vimos este problema”, referiu, dizendo ter também solicitado a intervenção, quer da autarquia quer o Governo, para “dar paz aos moradores que ali estavam a viver um inferno”.

Pelo BE, a vereadora Maria Manuel Rola, que na reunião substituiu Sérgio Aires, afirmou que a fiscalização dos estabelecimentos de diversão noturna por parte da autarquia e da tutela deve ser “muito mais constante e regular”, de forma a garantir a segurança destes espaços a quem os frequenta.

Destacando que a cidade do Porto tem tido diversos problemas nas zonas de diversão noturna, a vereadora do BE defendeu também que o regulamento da Movida deve “estar mais reforçado” em matéria de fiscalização.

Para o BE, o policiamento gratificado nestas zonas da cidade, conforme defendeu o presidente da câmara, “não resolve”, mas sim “tapa o problema de falta de condições da profissão, que deveria ser garantida pelo Governo”.

Fonte oficial do MAI confirmou esta segunda-feira à Lusa que a discoteca Eskada recebeu ordem de fecho por um período máximo de seis meses, após um relatório da PSP e comunicações da câmara municipal.