Takashi Watanabe, o responsável máximo pela Lexus desde Abril, revelou o que o futuro reserva para a marca de luxo do grupo Toyota e a prioridade parece estar centrada nos veículos eléctricos, na reduzida oferta actual e no seu diminuto volume de vendas que é preciso ultrapassar. Durante 2022, a Toyota e a Lexus venderam apenas 24.500 veículos eléctricos e, em 2023, a situação não melhorou, uma vez que durante os primeiros sete meses do ano só 7400 unidades foram transaccionadas, com os veículos a bateria a representarem menos de 1% do total de vendas daquele que é o maior grupo da indústria automóvel global.

Toyota avisa: fábricas de carros eléctricos vão ter mais robots e menos empregados

A estratégia de Watanabe passa por, ao contrário do que aconteceu até à sua ascensão à liderança, apostar decididamente nos veículos eléctricos. Mas além de prometer mais eléctricos, uma vez que a Lexus anunciou pretender vender 1 milhão de unidades a bateria até 2030, para depois passar a comercializar exclusivamente veículos eléctricos em 2035, o construtor japonês encara esta sua nova aposta de forma estranhamente humilde. Não só Watanabe quer acelerar e simplificar a produção de modelos eléctricos, como o presidente da Lexus reconheceu que têm de aprender com o sucesso de outros, numa referência à Tesla, com o grupo Toyota a ter já revelado estar a desenvolver novas plataformas modulares com recurso a prensas similares às inovadoras Gigapress da IDRA, como as que Tesla adoptou na fabricação dos Model 3 e Model Y, que permitem reduzir o tempo de produção para tornar os automóveis mais baratos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mais e melhores eléctricos. Este é o plano da Toyota

Além destas novas máquinas que produzem numa só peça o que tradicionalmente necessitava de 70 a 80 peças mais pequenas, que depois ainda era preciso soldar entre si, Lexus e Toyota apostam igualmente em novas tecnologias para melhorar o potencial dos veículos a bateria do grupo. A começar pelos acumuladores, em que os japoneses estão a investir fortemente para criar novas químicas que se revelem mais eficientes, ou seja, com maior densidade energética. Isto significa mais capacidade energética com menos peso ou menos volume, ou até mesmo com uma redução de ambos. Simultaneamente, a Lexus e a Toyota pretendem que a nova tecnologia ao serviço das baterias as torne também mais baratas.

A Lexus usufruirá dos mesmos acumuladores de nova geração que a Toyota também já anunciou e que os japoneses esperam lançar no mercado em 2026, tanto suportadas na tecnologia de iões de lítio como nas baterias de lítio fosfato de ferro (LFP), com o construtor de luxo do grupo a preparar a chegada de novos eléctricos ao mercado a partir desta data. Isto significa que, dentro de três anos, os eléctricos do grupo nipónico podem anunciar autonomias de 800 km, caso utilizem baterias de iões de lítio (e usufruir de um custo 20% inferior), ou 600 km se a química for LFP (estas com um custo 40% inferior às actuais). A partir de 2027/2028, o grupo japonês espera lançar um novo tipo de baterias que assegurem 1000 km de autonomia, para posteriormente, com a chegada das baterias sólidas, projectar atingir 1200 km entre recargas.