José Mourinho tem uma espinha atravessada na garganta que não o impede de falar de um objetivo que não cumpriu. É impossível para o treinador português esquecer o troféu que perdeu em Budapeste para o Sevilha até porque esse momento ressalta para o presente. Tal como aconteceu na primeira jornada da fase de grupos, contra o Sheriff (2-1), o treinador português voltou a ficar na bancada devido ao castigo com que foi sancionado após ter confrontado o árbitro na final da Liga Europa.

“Ganhei uma taça e meia com a Roma, ainda não consegui ganhar duas”, disse Mourinho numa entrevista à Sky Sports, onde relembrou a conquista da Liga dos Campeões com o FC Porto. “Tenho de concordar com quem diz que eu não sou humilde”, afirmou. Os giallorossi começaram a Liga Europa a vencer e tinham agora oportunidade de, em caso de vitória diante do Servette, poder saltar para a liderança do grupo G. “O primeiro objetivo é a qualificação, o segundo objetivo é terminar em primeiro para não passarmos pelo playoff como no ano passado, porque os tubarões vão chegar da Liga dos Campeões. O ano passado foi difícil”, continuou Mourinho na conferência de imprensa de antevisão ao encontro.

No último jogo para a Serie A, a Roma conseguiu a segunda vitória no campeonato frente ao Frosinone (2-0). “Sabe perfeitamente que, se não ganhássemos o Coliseu teria explodido, a Basílica de São Pedro teria sido atacada por uma multidão enfurecida”, comentou com os jornalistas.

A forma como Mourinho só perto do fim dessa partida começou a fazer substituições deixava antever uma série de alterações no onze inicial no confronto europeu com o Servette. Ainda assim, o técnico garantiu Dybala seria poupado diante dos suíços e que Romelu Lukaku jogaria de início. De resto, o avançado belga tem sido um dos melhores elementos da equipa da capital italiana tem conseguindo quatro golos em seis jogos com a camisola do novo clube.

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Lukaku faria do jogo contra o Servette mais uma ocasião para expandir o seu império. A Roma cozinhou o encontro para deixar os suíços à mercê do veneno que a equipa de Mourinho tanto gosta. Com a partida em ritmo morno e órfã de grandes correrias, os giallorossi aplicaram um golpe duro na equipa que visitou o Olímpico.

Çelik subiu pela direita e fez um cruzamento com destino ao interior da área, onde Lukaku (22′) desviou para o interior da baliza de Jérémy Frick. No único remate à baliza na primeira parte, a Roma marcou. Ainda assim, a vantagem era justificada, pois Svilar, que ocupou o lugar na baliza que habitualmente é de Rui Patrício, não teve que lidar com qualquer remate enquadrado.

Mourinho ordenou que o seu adjunto, Salvatore Foti trocasse Aouar por Pellegrini ao intervalo. Em 12 minutos em campo, o médio assistiu Belotti (46′) de cabeça, assinou a lista de marcadores (52′) e foi substituído (57′) por Pagano, jovem de 18 anos. Pode-se dizer que o camisola sete foi espremido ao máximo enquanto esteve em campo já que teve que sair devido a problemas físicos. Ainda assim, estava dado o mote para a goleada que a Roma viria a construir e que ficou completa assim que Belotti conseguiu o bis (59′).

A Roma junta a vitória contra o Servette (4-0) à que tinha conseguido diante do Sheriff e soma agora seis pontos. O Slavia Praga, que também venceu na segunda jornada, tem o mesmo número de pontos que os italianos e, por isso, o grupo G da Liga Europa continua a ter uma liderança partilhada.