Três golos, duas assistências e uma promessa cumprida quando foi possível. Quando chegou no último dia de mercado ao Barcelona por empréstimo do Atl. Madrid, João Félix aceitou baixar e muito o seu ordenado, que ficou na casa dos 400 mil euros como o mais residual de um plantel culé que tem por média cinco milhões de euros por temporada. Todavia, tinha ficado a garantia por parte de Joan Laporta, líder dos blaugrana, que quando a oportunidade surgisse essa situação seria revista para valores que representassem melhor a valia do internacional português. De acordo com a Rádio Catalunha, essa oportunidade chegou agora.

João, renascido como uma Fénix: “Renunciei a uma quantidade significativa de dinheiro para vir para o Barcelona”

De acordo com o meio da Cidade Condal, o português irá multiplicar por dez esse valor que tinha nesta fase, passando para os quatro milhões de euros brutos por uma temporada de empréstimo (se e como depois pode ficar, é outro assunto). Mesmo longe dos principais vencimentos do plantel do Barça, esta é uma forma de haver maior uniformização salarial mediante a relevância na equipa, sendo que a proposta fica ainda assim distante daquilo que recebia no Metropolitano pelo Atl. Madrid, acima dos 14 milhões de euros. De acrescentar que esse era o valor contabilizado pela Liga no controlo financeiro que faz aos clubes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Por um lado, a subida só foi possível porque não terá qualquer efeito a nível de cumprimento de fair play financeiro (até porque esses quatro milhões era o valor contabilizado pela Liga, ao contrário do anterior acordo dos 400 mil euros) e porque o clube conseguiu encontrar folga financeira para esse acerto, mas em paralelo acaba também por servir como “prémio” ao bom arranque de época do avançado, com três golos e duas assistências em 526 minutos oficiais que realizou como titular indiscutível. O Barça ocupa nesta altura o terceiro lugar do Campeonato com 21 pontos, a três do Real Madrid, e é uma das poucas equipas que ainda não sofreu qualquer derrota em termos oficiais na presente temporada juntando a Liga dos Campeões.

Assobiado de início, afastado no meio, insultado no final: a noite de pesadelo de João Félix (mesmo sem jogar)

“É verdade que renunciei a uma quantidade significativa de dinheiro para a minha vinda [para o Barcelona] mas necessitava de mudar, necessitava de um sítio onde pudesse praticar o meu futebol. Sempre acreditei que este seria o sítio ideal para mim. As coisas estão a sair bem e tinha mesmo de fazer esse esforço para voltar a ter alegria em jogar”, comentou João Félix numa entrevista ao Mundo Deportivo em setembro. “400 mil euros? Não é verdade. Que pretendiam pagar 400 mil no início da operação, pode ser. O que custa ao Barça no limite do plantel é muito mais, o que eles vão pagar é muito mais. Para os nossos efeitos, o que João Félix ganha não é o que o Barcelona pode pagar-lhe, para efeitos do nosso limite é o que aquele jogador deve ganhar, o que é muito mais do que aqueles 400 mil que dizem que lhe pagam, porque também há outro clube envolvido. E depois há o preço do empréstimo. Para os nossos propósitos, não são 400 mil euros, é muito mais”, tinha comentado também a esse propósito o presidente da Liga, Javier Tebas.

“Se o ordenado do João Félix agora é de 400 mil euros? Sim, é verdade. É o caso de uma pessoa que fez uma aposta muito importante. É muito bonito ouvir o que ouvimos de um jogador que no seu clube não estava na sua melhor condição e que aqui tem tido uma visibilidade magnífica. Mas não nos enganemos: o clube que nos emprestou o futebolista também tem interesse que isto corra bem”, admitiu o vice-presidente Eduard Romeu numa entrevista ao jornal L’Esportiu. “Somos uma grande montra. Esperamos que no final da época tenhamos o problema de ter de considerar a sua continuidade”, acrescentou ainda o dirigente.