O exército israelita bombardeou esta sexta-feira os arredores de várias cidades fronteiriças do sul do Líbano, na sequência de uma explosão na vedação da fronteira entre os dois países, segundo fontes securitárias libanesas e jornalistas da AFP no local.

Uma fonte da segurança libanesa indicou que o bombardeamento se seguiu a uma “tentativa de infiltração” a partir do Líbano, a que se seguiu uma troca de tiros na fronteira, de acordo com al-Manar, o canal libanês do movimento xiita Hezbollah.

O exército israelita anunciou que tinha disparado artilharia contra o território libanês após “uma explosão na vedação da fronteira”. “O exército israelita está a responder com fogo de artilharia contra o território libanês”, tendo o bombardeamento atingido os arredores das aldeias de Dahayra e Aalma ech Chaab, segundo relataram os correspondentes da agência francesa AFP destacados no terreno.

Em Dahayra, os bombardeamentos tiveram como alvo um posto do exército libanês, que ficou destruído, mas sem causar vítimas, denunciaram, num comunicado, as forças militares libanesas, citadas pela agência noticiosa espanhola EuropaPress.

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Fontes militares confirmaram ao diário libanês L’Orient le Jour e ao canal de televisão libanês LBC que a estrutura afetada era uma torre de observação, destruída no meio de uma “troca de tiros” entre o exército israelita e “uma parte não identificada do lado libanês”, entre as cidades de Dahayra e Aalma ech Chaab.

Os confrontos ocorreram, segundo as fontes, perto de um posto de controlo do exército libanês e da organização Verdes Sem Fronteiras, um grupo ambientalista sancionado pelos Estados Unidos por encobrir as atividades das milícias do Hezbollah na fronteira israelo-libanesa.

Antes dos bombardeamentos, o exército israelita deu conta de uma explosão que causou danos menores numa secção da vedação de segurança na fronteira libanesa, perto do ‘kibbutz’ Hanita, o que levou as forças israelitas a responder com fogo de artilharia contra o Líbano para evitar uma possível infiltração.

Pouco depois, Israel confirmou uma segunda operação com “fogo de artilharia e de tanques”, após ter identificado “tiros” nas imediações do ‘kibbutz’ israelita de Misgav Am, a apenas 500 metros da ‘Linha Azul’, uma demarcação negociada pela ONU que separa Israel do Líbano.

Os confrontos surgem no meio de fortes protestos em Beirute, convocados para esta sexta-feira pelo Hezbollah, e de apelos à calma por parte do Governo libanês para não agravar as tensões entre os dois países, após uma semana de escaramuças desde o início do conflito Hamas-Israel, no passado sábado.

O grupo xiita libanês Hezbollah, pró-iraniano, limitou-se até agora a uma intervenção comedida no conflito desencadeado no sábado passado por um ataque a Israel do seu aliado, o Hamas palestiniano, que já causou quase três mil mortos dos dois lados.

Na segunda-feira, o movimento xiita afirmou que os ataques israelitas tinham matado três dos seus membros, enquanto os combatentes palestinianos reivindicaram a responsabilidade por uma tentativa de infiltração frustrada.

No dia seguinte, o braço armado do movimento islamita Hamas reivindicou a responsabilidade pelo disparo de foguetes a partir do sul do Líbano, enquanto Israel anunciou que tinha atingido postos de observação do Hezbollah.

Desde a guerra de 2006 entre o Líbano e o Hezbollah contra Israel, que causou mais de 1.200 mortos do lado libanês, na maioria civis, e 160 mortos do lado israelita, na maioria soldados, que prevalece um “equilíbrio de terror” na região.