Um navio da Marinha francesa partirá esta semana com bens destinados a hospitais na Faixa de Gaza, anunciou esta quarta-feira o Presidente da França, Emmanuel Macron, após um encontro com o seu homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.

O Presidente francês elogiou o papel do Egito na reabertura da passagem de Rafah, a única ligação fronteiriça na Faixa de Gaza que não é controlada por Israel, mas observou que “a situação é crítica” no território palestiniano desde a nova crise no Médio Oriente iniciada em 7 de outubro.

“Nas próximas 48 horas” partirá de Toulon um navio militar “para apoiar os hospitais de Gaza”, disse Macron, informando que um avião francês chegará na quinta-feira ao Egito com ajuda para o território palestiniano cercado por Israel e à beira do colapso humanitário.

Macron pediu respeito pelos civis em qualquer contexto, alegando que “a França não pratica duplicidade de critérios” e que “o direito internacional se aplica a todos”, numa mensagem velada tanto às forças israelitas como aos milicianos palestinianos do Hamas, movimento islamita que controla o enclave.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Todas as vidas importam, não há hierarquia”, sublinhou o Presidente francês após o encontro com al-Sisi, após nos últimos dias ter-se reunido com outros líderes regionais, incluindo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

O Presidente egípcio também condenou qualquer ação que afete civis, enfatizando que se referia a “todos os civis”, e manifestou o seu receio em relação às consequências para a população de uma invasão terrestre de Israel e do alastramento do conflito a outras áreas da região ou mesmo a nível mundial, e apelou à libertação dos reféns em posse do Hamas.

O grupo islamita lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.