Ganhar não tem sido um dado adquirido para José Mourinho na Roma. Daí que cada triunfo, mesmo que sofrido (e talvez mais esses do que os outros), mereça ser festejado. O treinador português entusiasmou-se no final do jogo contra o Monza. O golo de El Shaarawy nos minutos finais levou a um entusiasmo desmedido, na opinião do árbitro do encontro, que fez com que o técnico fosse expulso.

El Shaarawy foi a aposta legal que deixou Mourinho em delírio (antes de ser expulso): Roma bate Monza aos 90′ e soma quarta vitória seguida

“Por que razão fui expulso? Não sei. Fiz dois gestos para o banco adversário, mas não usei palavras ofensivas. No ano passado fizemos uma excelente partida em Monza e, depois do jogo, gente boa, mas ainda inexperiente, insultou-nos. Hoje, o único banco que deu um grande show e pressionou o árbitro foi o deles. Não estou a criticar isso, estou a criticar o facto de se usarem palavrões depois do jogo. As minhas palavras para eles são apenas: ‘Boa equipa e ótimo treinador’. Não há necessidade daquilo”, criticou José Mourinho no final do encontro da 9.ª jornada da Serie A.

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Antes do jogo desta quinta-feira, a contar para o grupo G da Liga Europa, contra o Slavia Praga. O português voltou a apontar o dedo à forma como os comportamentos que tem são julgados. “Vendo outras situações, penso que há dois pesos e duas medidas contra mim, embora não saiba porquê”. Devido à expulsão, Mourinho vai falhar o reencontro com o Inter, clube que orientou entre 2008 e 2010, vencendo uma Liga dos Campeões. Não é só para Mourinho que o duelo com os nerazzurri é especial. Romelu Lukaku, avançado que esta época em leva 11 golos em 12 jogos (incluindo para partidas pela seleção da Bélgica) vai ter uma receção hostil por parte dos adeptos do Inter que não ficaram contentes com a mudança jogador para a capital italiana.

“Não sabia que ele era tão importante em Milão, onde ganhou um scudetto e algumas taças, algo que na história da Inter cerca de 200 jogadores fizeram”, apontou Mourinho. “A transferência de Lukaku do Inter para a Roma é um drama, enquanto Calhanoglu do AC Milan para o Inter é uma maravilha, Cannavaro da Juve para o Inter não é um problema, tal como Vieri do Inter para o Milan. É por isso que digo que é uma surpresa”.

Antes de pensar nesse clássico do futebol italiano, a equipa giallorossi, defrontava os checos do Slavia Praga, sendo que após duas vitórias para cada lado nas jornadas inaugurais, um triunfo no confronto entre os dois emblemas significava a liderança isolada do grupo, o que na Liga Europa tem ainda maior relevância por significar evitar as equipas que caem da Liga dos Campeões no playoff que marca o início da fase a eliminar.

O início de jogo não podia ter sido melhor. Ainda não estava completo o primeiro minuto do jogo que Mourinho também viu da bancada por ainda estar a cumprir castigo e Bove (1′) inaugurava o marcador com um remate de fora da área. Tomás Holes perdeu a bola para El Shaarawy e foi a morte do artista. O jogador do Slavia teve uma primeira parte para esquecer. Pouco depois, voltou a perder a bola para o mesmo assaltante. Desta vez, o atacante da Roma, autor da primeira assistência, serviu Lukaku (17′) para mais um golo esta temporada.

Ao intervalo, a vantagem da equipa giallorossi no Estádio Olímpico já era bastante confortável. Depois dos dois passes para finalização, El Shaarawy também tentou ser feliz. Daria um grande golo o remate que o internacional italiano deferiu contra a barra. O ressalto não quis que a bola entrasse e, na resposta, o Slavia Praga teve uma ocasião para reduzir. Ivan Schranz atirou por cima da baliza de Svilar, antigo guarda-redes do Benfica que rendeu Rui Patrício. A Roma acabaria por vencer (2-0) e assumir a liderança isolada do grupo G com nove pontos.