A inflação terá diminuído para 2,1% em outubro de 2023, o que corresponde a uma taxa inferior em 1,5 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior quando a inflação homóloga estava nos 3,54%.

Na nota rápida, o Instituto Nacional de Estatísticas atribui a desaceleração dos preços ao “efeito de base associado aos aumentos mensais de preços registados em outubro de 2022 nos produtos alimentares (2,1%) e nos produtos energéticos (6,7%), com destaque para o gás natural (77,4%).” Outubro foi o mês em que a inflação registou o pico no ano passado, tendo atingido os 10,2%.

Portagens vão subir mais de 10% em 2023 e uma parte da culpa é do gás natural

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A taxa homóloga (variação face ao mesmo mês do ano passado) é a mais baixa em dois anos, sendo preciso recuar a outubro de 2021 para encontrar uma inflação inferior — 1,83%. Foi a partir desta data que se iniciou a escalada nos preços motivada pelo fim da pandemia e pelos efeitos que esta teve nas cadeias logísticas e no comércio internacional, associados à retoma da procura.

Os dados da inflação de outubro servem de referência para a atualização das taxas de portagens em 2024 que será assim de 2,1%. Esta variação média resulta da aplicação do índice de preços ao consumidor sem a habitação que foi de 2.,01%, ao qual acresce 0,1 pontos percentuais que as concessionárias podem somar para compensar a perda sofrida com travão à subida de portagens aplicado este ano.

A inflação de outubro face ao mesmo mês do ano passado é o indicador usado na generalidade das concessões, incluindo a Brisa. Já as portagens das pontes sobre o Tejo são atualizadas pela inflação de setembro que foi mais alta.

Portagens nas pontes sobre o Tejo com aumento médio de 3,6% em 2024

Segundo o INE, o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 3,5% em outubro (4,1% no mês precedente). A variação do índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para -12,0% (-4,1% no mês precedente), em grande parte por causa da descida do preço dos combustíveis que foi determinante para o travão aos preços em outubro. O índice referente aos produtos alimentares não transformados terá desacelerado para 4,0% (6,0% em setembro).

Comparativamente com o mês anterior, o índice de preços ao consumidor teve uma variação negativa de 0,2%, contrariando as subidas registadas no mês anterior e no mesmo mês do ano passado (1,1% em setembro e 1,2% em outubro de 2022). O INE estima que os bens alimentares tenham registado uma variação mensal de 0,1%, enquanto os produtos energéticos terão registado uma redução de 2,1%.

Já o índice harmonizado de preços ao consumidor terá registado uma variação superior de 3,3%, ainda assim muito abaixo da verificada em setembro que foi de 4,8%.

O INE estima uma variação média nos últimos doze meses de 5,7% (6,3% no mês anterior). Os dados definitivos da inflação de outubro serão anunciados a 13 de novembro.