A bateria de um veículo eléctrico é um dos seus componentes mais caros, razão pela qual os utilizadores deste tipo de modelos devem ter em linha de conta, no momento da compra de um automóvel a bateria, a garantia associada ao acumulador. Isto com a certeza que, mais cedo ou mais tarde, a bateria vai dar problemas ou ter que ser substituída, o que representa um custo na ordem dos milhares de euros. Ora, a despesa pode ser imputada ao fabricante, se a bateria ainda estiver ao abrigo das condições de garantia, ou que vai ter ser assumida pelo dono do veículo.

Daí o especial interesse, sobretudo para os proprietários de um ID ou potenciais clientes da família eléctrica da Volkswagen, de uma prova levada a cabo pela maior associação automóvel da Europa, o Allgemeiner Deutscher Automobil-Club (ADAC), cujos engenheiros submeteram um ID.3 Pro S ao teste dos 100.000 km, para apurar qual a degradação do acumulador finda uma utilização que representa, em termos de quilometragem, um pouco mais de metade do período coberto pela garantia.

À semelhança da maioria dos concorrentes, a Volkswagen oferece para todos os modelos da gama ID uma garantia de oito anos ou 160.000 km, o que acontecer primeiro. É suposto que, em qualquer uma das condições, o acumulador ainda retenha 70% da sua capacidade líquida original. E, segundo as provas realizadas pelos engenheiros do Centro de Testes e Tecnologia, em Landsberg am Lech, os resultados após 100.000 km são animadores, especialmente tendo em consideração a “dureza” dos examinadores que, segundo a marca, chegaram mesmo a ignorar as advertências do fabricante. Diz a Volkswagen que, “contrariamente à recomendação, o veículo estava normalmente pronto para o próximo examinador na estação de carregamento com um nível de carga de 100%, por vezes durante vários dias”.

Tal não impediu que a bateria de 77 kWh úteis do ID.3 (82 kWh de capacidade bruta) superasse com distinção o teste de resistência. Concluiu-se que “a bateria de alta tensão não mostra avarias, mesmo após 2,5 anos”, perdendo apenas 7% da sua capacidade líquida ao fim dos referidos 100.000 km.

Para este registo terão contribuído (e muito) as actualizações de software que o ID.3 foi recebendo durante o período em que estava a ser testado. Um dos updates foi o Electric Vehicle Route Planner, funcionalidade “inteligente” que gere os carregamentos em função da viagem, de forma a chegar ao destino mais depressa. “Além de várias correcções de bugs, as actualizações trouxeram, entre outras coisas, um aumento na potência de carregamento de até 170 kW”, indica a marca, realçando que as melhorias de software se saldaram numa melhor eficiência energética do ID.3, nomeadamente em “distâncias curtas e temperaturas de 0 a 5°C”. Aliás, um dos conselhos dos especialistas da ADAC, depois deste teste, foi que os clientes fizessem sempre as actualizações de software disponibilizadas.

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