Uma creche na vila de Tangerhütte, na Alemanha, deixou de chamar-se Anne Frank em troca de um nome “mais diverso e inclusivo”, passando agora a ser conhecida como “World Explorer Kindergarten” (“jardim de infância do explorador do mundo”, em tradução livre).

“Queríamos um nome sem enquadramento político”, explicou a um jornal local a diretora do jardim de infância, Linda Schichor, citada pelo The Telegraph. A história de Anne Frank, referiu ainda, é difícil de explicar a crianças pequenas, enquanto algumas famílias de emigrantes “nunca ouviram falar dela” ou do famoso diário.

A mudança, apoiada pela administração pública local, faz parte de uma “revisão conceptual”, que prevê um maior foco na “auto-determinação e diversidade” das crianças da creche, de acordo com um representante da autarquia, citado pelo mesmo jornal.

A decisão gerou controvérsia a nível nacional. Numa carta enviada à autarquia, Christoph Heubner, líder do Comité Internacional de Auschwitz, escreveu: “Se estamos preparados para esquecer tão facilmente a nossa história, especialmente nestes tempos de antissemitismo renovado e de extremismo de direita, podemos apenas sentir medo e ansiedade pela cultura de memória no nosso país.”

Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, a Alemanha tem assistido a uma onda de crimes antissemitas, incluindo um ataque com cocktails molotov a uma sinagoga em Berlim, na zona de Mitte, uma área muito central da cidade alemã.

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