O PSD de Gaia defendeu na terça-feira que independentemente da decisão judicial final, não existem “condições políticas para a continuidade” do presidente socialista do município, condenado à perda de mandato por peculato, mas que já anunciou recurso.

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“O PSD Gaia confia na justiça e considera que independentemente de qualquer decisão final não mais se encontram reunidas condições políticas para a continuidade do presente mandato do Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia”, defendeu o PSD de Vila Nova de Gaia.

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Num comunicado divulgado na terça-feira, o PSD Gaia “repudia o estado de degradação e descredibilização da autarquia”, depois de Eduardo Vítor Rodrigues, condenado à perda de mandato por uso indevido e particular de um veículo municipal, considerando “lamentável que em menos de cinco meses, mais uma vez o município gaiense se veja enredado numa interminável teia de condutas ilícitas e altamente censuráveis”, depois da detenção do vice-presidente Patrocínio Azevedo, em maio, no âmbito da Operação Babel.

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“O PSD Gaia considera que não é sustentável que, à semelhança do que vem sucedendo no governo da República, sempre com agentes do partido socialista ou a ele afetos, se continue a assistir, com passividade, a esta cada vez mais acelerada degradação das instituições públicas, da democracia, dos seus agentes, da situação política do país em geral e concretamente do concelho de Gaia”, defendem os sociais-democratas.

Criticando os socialistas, o PSD Gaia considera “insustentável” que os portugueses sejam diariamente “massacrados com casos de justiça ou altamente censuráveis do ponto de vista ético”, um “reflexo da evidente incapacidade de governar”, acusando ainda o PS de ter “conduzido as instituições democráticas ao declínio, subjugado o poder político a interesses pessoais” e a grupos económicos.

Os sociais-democratas dizem ainda que “sempre caberá a todos a responsabilidade de elevarmos a fasquia da ação política, fazendo o devido escrutínio das suas decisões e condutas”.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, foi condenado a perda de mandato e ao pagamento de uma multa de 8.400 euros por usar, de forma pessoal, um veículo elétrico do município.

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Na liderança daquela autarquia do distrito do Porto desde 2013, depois de ter sido eleito pelo PS, Eduardo Vítor Rodrigues foi condenado pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia por um crime de peculato de uso.

A juíza condenou ainda a mulher do autarca pela prática do mesmo crime, assim como ao pagamento de uma multa de 8.400 euros.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia considerou a decisão de condenação a perda de mandato e a multa por um crime de peculato de uso “uma injustiça atroz” e anunciou que iria recorrer.