O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, lamentou, esta quarta-feira, a morte do encenador e ator Carlos Avilez, fundador do Teatro Experimental de Cascais, e decretou um dia de luto municipal para quinta-feira.

Numa nota, publicada nas suas redes sociais, o autarca destacou que é “com profunda tristeza” que se despede “de um amigo e de um homem de cultura” que deixou um “extraordinário legado” e formou “tantas e tantos talentos”.

Carlos Carreiras afirmou ainda que irá decretar quinta-feira como dia de luto municipal.

Estou certo de que este meu pesar é partilhado por todos os eleitos e colaboradores municipais, muito em especial os da Cultura”, sublinhou, realçando que “a inteligência e a sensibilidade que marcavam o talento do excecional homem de teatro eram por ele generosamente distribuídas quer no âmbito da sua atividade profissional quer no trato pessoal”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O encenador e ator morreu na madrugada desta quarta-feira, no Hospital de Cascais, onde entrou na terça-feira com uma indisposição.

Carlos Vitor Machado, mais conhecido por Carlos Avilez, nasceu em 1935 e estreou-se profissionalmente como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963. Com uma vida dedicada ao teatro, foi um dos fundadores do Teatro Experimental de Cascais (TEC), que completou 58 anos de existência em 13 de novembro último.

Carlos Avilez foi presidente do Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional S. João, no Porto, e diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, tendo fundado a Escola Profissional de Teatro de Cascais, a cuja direção pertencia, integrando, também, o corpo docente.

Em 1964, dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), trabalhou com o ator Raul Solnado no Teatro Villaret, em Lisboa, e em 1970 foi diretor artístico e responsável pelo dia consagrado a Portugal na Expo’70 em Osaka, no Japão.

Em 1979 foi nomeado, juntamente com Amélia Rey Colaço, diretor da Companhia Nacional de Teatro I – Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Trabalhou em França com Peter Brook e na Polónia com Jerzi Grotowsky, e, além de teatro, encenou várias óperas entre as quais “Carmen”, “Contos de Hoffmann”, “As Variedades de Proteu”, “O Capote”, “Inês de Castro”, “O Barbeiro de Sevilha” e “Madame Butterfly”.

Foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique em 1995 e com as Medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril.