Paulo Rangel, vice-presidente do PSD, deixou claro que os parceiros a ter em conta quando se pensa num acordo, seja ele pré ou pós-eleitoral, serão “CDS e Iniciativa Liberal” por serem os partidos com que o PSD tem “uma capacidade de diálogo enorme”. Porém, à Iniciativa Liberal, que rapidamente excluiu a possibilidade de uma coligação pré-eleitoral, deixou críticas, ainda que fale em “boas relações”.

“A IL tem um registo e uma espécie de currículo em que em Lisboa não foi capaz de se meter ao lado de Moedas e arriscou que câmara fosse entregue ao PS e nos Açores contribuiu para a chumbo de um Orçamento”, enalteceu em entrevista ao Observador, recusando-se a concluir que os liberais não podem ser considerados um parceiro pouco confiável.

[Veja aqui a entrevista a Paulo Rangel na íntegra]

O ‘vice’ do PSD sublinhou que “as relações entre militantes do PSD, CDS e IL são francamente boas” e não deu os acordos como encerrado, frisando que “é um diálogo que está em curso, seguramente para o pós-eleitoral, no pré-eleitoral veremos se há alguma coisa”.

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E ainda sobre uma coligação, sendo que só o CDS demonstrou interesse, Rangel frisou que “tinha de ter o espírito que teve a AD, que significa que teríamos de ir buscar à sociedade civil, aos independentes, até pessoas que colaboraram com o PS do passado”.

Sobre o discurso de Luís Montenegro, Rangel considera que não é um ataque chamar “radical” a Pedro Nuno Santos, por entender que “não se pode ter uma posição claramente radical à esquerda, que não honra história do PS”, e com uma “relação” com BE e PCP, e depois “aparecer como candidato moderado”.

O modelo que a geringonça trouxe ao país “faliu”, enalteceu Rangel, prosseguindo argumentando que foram “oito anos de políticas de geringonça que culminaram com um grande descrédito das instituições”, até porque PS, diz, trouxe “tiques dos tempos da geringonça”. “PS nem foi capaz de honrar a estabilidade”, acrescentou, sugerindo que nem uma maioria absoluta foi possível manter o Governo.

O ‘vice’ do PSD Paulo Rangel acusou PS de “facilitismo e promiscuidade entre alguns negócios do Estado e alguns interesses”, frisando que há responsabilidade de António Costa pelas escolhas que fez, enaltecendo as questões éticas. E questionou ainda se quem está perto do primeiro-ministro não deve ser alguém com “idoneidade à prova de bala”.

Paulo Rangel destacou ainda que Pedro Nuno Santos é um “entusiasta da geringonça” e que política de António Costa “levou país a resultados negativos”. Relativamente à justiça, considera “totalmente inadequado” que dirigentes do PS peçam para acelerar o processo que levou à demissão de António Costa.