A polícia belga está a investigar ameaças de bomba que obrigaram ao encerramento de 30 escolas localizadas em Bruxelas e na região de Brabant Wallon, esta segunda-feira, informou o órgão local responsável pelo ensino. Quase 10.000 estudantes do ensino primário e secundário foram afetados por estes encerramentos.

As direções de vários centros de ensino receberam na noite de domingo para segunda um email com ameaças de detonação de explosivos em cinco destes estabelecimentos caso não pagassem a quantia de dez milhões de euros, noticiou o jornal francófono Le Soir. O administrador-geral da gestão de educação de Valónia-Bruxelas, Julien Nicaise, disse que os emails também faziam referência à Jihad (guerra santa).

Também em declarações ao mesmo jornal, Cécile Marquette, chefe de comunicação da rede educativa oficial da Valónia-Bruxelas, afirmou que as escolas informaram primeiro a polícia sobre o conteúdo do correio eletrónico recebido e só depois a autoridade de gestão educativa.

Com base nas informações disponíveis, as autoridades decidiram “respeitar estritamente o princípio da precaução” e não abrir os estabelecimentos educativos.

De acordo com as primeiras informações comunicadas à direção escolar, a polícia não encontrou quaisquer explosivos nas escolas e acredita-se que os estabelecimentos de ensino possam abrir na terça-feira, mas de momento não há qualquer comunicação oficial nesse sentido.

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Nas últimas semanas, aumentaram os alertas de falsos ataques em escolas da zona Valónia-Bruxelas, nomeadamente nas cidades de Dinant e Charleroi (sul do país) e nas escolas confessionais gratuitas.

Na sequência destas novas ameaças, a ministra da Educação belga, Caroline Désir, anunciou que será parte civil neste caso.

O gabinete de Désir lembrou que no dia 10 de novembro já discutiu com os ministros responsáveis pelas tutelas do Interior e da Justiça a possibilidade de estabelecer uma investigação centralizada, dada a “onda de ameaças de bomba” nas escolas da Valónia-Bruxelas entre o final de outubro e o início de novembro. “Hoje a situação foi-vos comunicada para mais uma vez chamar a vossa atenção para estas ações que prejudicam o funcionamento das nossas escolas e criam um clima de ansiedade”, informou a ministra.

*Notícia atualizada às 17h48 com informação sobre a investigação às ameaças