França não é conhecida apenas pela Torre Eiffel. No que à circulação automóvel diz respeito, a segunda maior economia da Europa tem sido pioneira no teste e na adopção de tecnologias que visam penalizar os condutores que infringem as regras. E não é só a velocidade que está na mira das autoridades, as quais, por exemplo, até já recorrem a radares autónomos, capazes de se deslocar pelos seus próprios meios para apanhar mais excessos. Agora, segundo o tradicionalmente bem informado L’argus, arrancam os testes-piloto em seis cidades francesas com o objectivo de apanhar “espertinhos”, condutores que usam indevidamente faixas reservadas a veículos partilhados e que só quando têm o “azar” de ser apanhados em flagrante pela polícia é que são multados.

Nos próximos dois anos, determinados trechos da capital, Paris, bem como Grenoble, Estrasburgo, Lyon, Rennes e Île-de-France, vão estar sob o “olhar” atento de novos dispositivos de controlo do tráfego que se destinam a fiscalizar o número de ocupantes a bordo, combinando o recurso a câmaras inteligentes de infravermelhos e a gravação de vídeo assistida por computador. Para já, antes da coima, será implementada uma política de advertência, pese embora estes radares já estejam preparados para autuar os condutores que circulam em faixas onde não podem, sendo que cada infracção está tabelada nos 135 euros de multa.

Ilustração gerada com IA

Além de contar o número de ocupantes em cada viatura, os novos radares são capazes de ler as placas de matrícula e verificar se o veículo em causa está ou não autorizado a circular em vias reservadas. Primeiro, numa questão de segundos, o sistema confirma se se trata ou não de um veículo autorizado a circular na faixa em causa – transportes públicos, táxis, veículos de emergência, carros eléctricos ou motociclos. Se a viatura escrutinada pelo radar não constar da lista branca, passa de imediato para a lista negra: um pouco mais à frente “dispara” uma informação luminosa com a matrícula infractora e a recomendação “mude de faixa”.

Estão a ser testadas diferentes tecnologias de detecção, uma da Pryntec e outra da Fareco-Fayat, a fim de se perceber qual a mais eficaz. Passada a fase-piloto, o objectivo do Ministério da Transição Ecológica francês é alargar esta nova ferramenta de fiscalização a toda a rede viária do país.

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