Luís Marques Mendes fez do acordo que foi alcançado na Saúde esta semana um dos temas principais do seu comentário semanal. Para o comentador, tratou-se de um “meio acordo”. Considera que se foi uma vitória para o Sindicato Independente dos Médicos e também para o ministro, sublinha no entanto que para o ministro “é uma vitória com sabor amargo, com sabor a derrota, porque deixa de fora um conjunto grande de profissionais”. Considera ainda que o “ministro não deixa uma marca” e deixa sim um “presente envenenado para o sucessor”, prevê um mês de dezembro muito difícil e que o problema no setor continua por resolver.

Marques Mendes referiu ainda a demissão do Governo na próxima 5ª feira e fez uma espécie de pequeno balanço destes últimos oito anos, destacando o sucesso nas contas públicas e o “falhanço” nas áreas sociais, nomeadamente, a educação e a habitação. Sublinha também a longevidade da geringonça durante toda uma legislatura e a maioria absoluta como duas conquistas, contudo lembra que Costa não bate o recorde de tempo de governação de Cavaco Silva e acaba por “sair de cena” antes de Marcelo. “É o fecho de um ciclo, o ciclo de António Costa”, disse o comentador, afastando, no entanto, a ideia de Costa estar “politicamente acabado”.

O comentador dedicou parte do sue tempo no Jornal da Noite da SIC a traçar cenários de governação, que lhe parecem possíveis e também impossíveis ou improváveis, para depois das eleições de 10 de março de 2024. Começou por dizer que acha improvável que venha a haver uma maioria absoluta de um só partido. Considera um cenário possível que Luís Montenegro consiga formar um governo de maioria relativa com Iniciativa Liberal e CDS-PP, contudo será pouco expectável que esta coligação venha a conseguir uma maioria absoluta.

Quanto ao Partido Socialista, destaca o contraste entre os dois candidatos à liderança do partido. E no que toca a cenários em caso de vitória do partido nas legislativas, acha “improvável” que Pedro Nuno Santos venha a governar com Bloco e PC formando uma maioria absoluta e “muito difícil” que a mesma coligação de partidos governe com maioria relativa. No caso de ser José Luís Carneiro o candidato socialista às legislativas, Marques Mendes vê como “possível” um governo minoritário do PS. O comentador revelou ainda que Manuela Eanes ligou este domingo a José Luís Carneiro a “manifestar simpatia pela sua candidatura e pelos valores da sua candidatura”. Marques Mendes deixou ainda em aberto que o candidato a líder socialista venha a ter “nos próximos dias apoios de cariz algo surpreendente”.

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Em conclusão, “ganhe quem ganhar vai ser muito difícil não ter um governo precário, com alguma instabilidade e muita dificuldade em conseguir cumprir a legislatura inteira”, disse o comentador e acrescentou ainda a probabilidade de se regressar a uma realidade pré-1987, ou seja, antes da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva.

Manuela Eanes com “muita simpatia” pela candidatura de José Luís Carneiro

O comentário do antigo líder do PSD começou com observações a dados sobre a pobreza em Portugal que foram divulgados esta semana. Diz que “o problema é estrutural” porque “estamos a falar de quase dois milhões de portugueses” e que é um contexto “que envergonha qualquer um”. Destaca a pobreza infantil e números como a taxa de pobreza ter aumentado para 17% em 2022 e haver 1.8 milhões de pessoas com menos 591 euros por mês. No entanto encerrou este capítulo com o que considera ser uma nota positiva: que o aumento das pensões em 2024 significa uma recuperação do poder de compra.