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O Conselho da Federação, a câmara alta do Parlamento russo, marcou esta quinta-feira as eleições presidenciais na Rússia para 17 de março de 2024, durante uma reunião transmitida em direto pela televisão pública.
A presidente do Conselho da Federação, Valentina Matvienko, adiantou que a decisão de marcar as eleições presidenciais para 17 de março do próximo ano foi tomada por unanimidade pelos senadores. A responsável indicou que “esta decisão praticamente dá início à campanha presidencial”.
O atual Presidente, Vladimir Putin, de 71 anos, ainda não anunciou a sua intenção de concorrer novamente, mas espera-se que o faça nos próximos dias, agora que a data foi definida.
No início de novembro, o porta-voz do Kremlin afirmou que o líder russo ainda não tinha nada para anunciar, apesar de algumas fontes com conhecimento do planeamento terem confirmado à agência Reuters que a decisão já estava tomada e que Putin ia mesmo concorrer. “É óbvio que este assunto está a ganhar a atenção de analistas políticos e especialistas. Para já ainda não há uma decisão. Mas é claro que o momento do anúncio se está a aproximar”, afirmou Dmitry Peskov.
Questionado sobre como deveria ser o perfil do próximo Presidente russo, o porta-voz do Kremlin não deixou margem para dúvidas: “O mesmo. Ou diferente, mas o mesmo”. De acordo com as reformas constitucionais, Putin é elegível para concorrer a mais dois mandatos de seis anos e, se os vencer, pode permanecer no poder até 2036.
Tendo estabelecido um controlo apertado sobre o sistema político da Rússia, a vitória de Putin está praticamente garantida. Críticos proeminentes que poderiam desafiar ou concorrer com Putin nas urnas estão detidos ou a viver no estrangeiro. A maioria dos meios de comunicação independentes foi proibida.
A comissão eleitoral russa ainda vai decidir se as regiões ucranianas que a Rússia disse ter anexado no ano passado — Lugansk, Donetsk, Zaporíjia e Kherson — participam nas eleições presidenciais
A Interfax cita a líder da comissão Ella Pamfilova a admitir que depois de serem ponderados os prós e os contras, será tomada uma decisão até ao dia 12 de dezembro. “Se aceitarmos, o próximo passo será adotar os procedimentos para garantir as eleições [nas regiões]. Claro que será diferente”, explicou.
A decisão, acrescentou, terá por base as garantias de segurança nessas regiões e apenas depois de serem consultados os serviços secretos russos (FSB), o Ministério da Defesa e outros departamentos.
Ella Pamfilova disse ainda que durante a campanha eleitoral será usado um novo sistema, denominado InformUIK. Sem adiantar muitos detalhes, explicou que esta tecnologia foi criada para divulgação generalizada e que a sua implementação, “de casa a casa, olho a olho”, será feita por membros das comissões eleitorais distritais.
“Agora vamos começar a informar os nossos cidadãos sobre as próximas eleições e, para isso, durante as eleições presidenciais vamos utilizar uma nova tecnologia chamada InformUIK, que foi testada com muito sucesso na Duma”, garantiu, acrescentando que também será criada uma nova aplicação para telemóveis para elevar a campanha de informação a “um novo patamar”.