A presidente do IPO de Lisboa, Eva Falcão, assegurou esta quarta-feira que a farmácia do instituto tem sido reforçada e está a fazer, em média, mais 12 tratamentos diários, e anunciou a entrada em funções do novo diretor dos Serviços Farmacêuticos.

Eva Falcão foi hoje ouvida na comissão parlamentar de Saúde a pedido do Bloco de Esquerda “sobre a situação de falta de recursos que levou à entrega de escusa de responsabilidades por parte de vários profissionais” e a demissão da diretora dos serviços farmacêuticos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO Lisboa), Rute Varela.

Na audição, Eva Falcão afirmou que “as escusas de responsabilidade, por si só, não afastam a responsabilidade de cada profissional” e que as que foram apresentadas por todos os farmacêuticos “foram de tal maneira genéricas que não é possível, muitas vezes até assacar um problema concreto”.

“Portanto, eu diria que se solidarizaram, provavelmente, com a sua diretora”, adiantou.

Estas afirmações de Eva Falcão foram criticadas por deputados que a acusaram de estar a desvalorizar o alerta dos farmacêuticos que apresentaram escusas de responsabilidade por considerarem não terem recursos necessários para garantir a segurança clínica dos doentes.

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Em resposta a estas críticas, a presidente do IPO afirmou que o instituto encarara estas escusas de responsabilidade “como um repto para a melhoria de algumas questões”. “Estamos a fazê-lo também”, disse.

Segundo a responsável, o IPO conta atualmente com 18 farmacêutico, mais quatro do que no final do ano passado.

“Quer isto dizer que, de facto, a farmácia tem sido reforçada, não há recusas de autorizações de contratações por parte do Conselho de Administração”, assegurou.

Após a diretora dos Serviços Farmacêuticos ter pedido a demissão, alegando a falta de recursos, quer materiais como humanos, o IPO lançou “uma manifestação de interesse” para o seu lugar e apresentaram-se quatro candidatos.

“Portanto, o serviço farmacêutico e as suas características, e a forma como trabalha, e o hospital onde trabalha são apelativos e na verdade escolhemos e iniciou funções na passada segunda-feira um novo diretor dos Serviços Farmacêuticos”, avançou.

Eva Falcão realçou ainda que “o hospital está a trabalhar mais, está a possibilitar maior acesso da população aos seus cuidados” e adiantou que os serviços farmacêuticos estão a fazer mais 12 tratamentos, em média, do que há um ano.