A Public Citizen é a ONG que acusou a Toyota de utilizar uma mensagem enganadora nos seus anúncios publicitários sobre o verdadeiro nível de electrificação dos seus veículos. Daí que tenha solicitado à Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos da América uma investigação aos termos utilizados pelo maior fabricante de veículos do mundo, em relação à forma como as vantagens do sistema de electrificação são descritas, bem como para determinar se as vantagens que consegue são compatíveis com o que é anunciado pela marca e com o verdadeiro potencial da tecnologia utilizada pela Toyota.

A acusação foi tornada pública através de uma carta, em que a ONG explana os seus motivos de queixa. Em cima da mesa está um filme em que um Prius híbrido parece ser recarregado por um raio, o que pode transmitir a ideia de que a bateria é recarregável a partir de uma fonte de energia exterior, existindo ainda outro anúncio em que outro Prius, igualmente híbrido, se desloca através de um parque de painéis fotovoltaicos, de que a versão em causa do modelo não pode usufruir, por não ser híbrido plug-in.

A Toyota construiu a sua merecida imagem de construtor amigo do ambiente desde que surgiu com a primeira geração do Prius em 1997, modelo que, por ser híbrido, se revelou mais económico e menos poluente do que os seus concorrentes à época. Mas é um facto que a marca japonesa publicitou inúmeras vezes a mensagem de que os seus híbridos são self-charging, ou seja, auto-recarregáveis, referindo-se à energia eléctrica armazenada na bateria. Isto quando, para que tal seja possível, o veículo tem de queimar gasolina para se deslocar, para depois recarregar nas desacelerações e travagens.

Esta noção de self-charging já criou alguns problemas legais à Toyota no passado, tendo o construtor visto os seus anúncios com este tipo de discurso ser banidos da Noruega em 2020. A decisão das autoridades norueguesas baseou-se na capacidade da mensagem ser enganadora, colando a imagem dos veículos da Toyota que são apenas híbridos aos modelos que efectivamente são recarregáveis, como acontece com os 100% eléctricos e os que montam mecânicas híbridas plug-in. De salientar que a forma de comunicar da Lexus, a marca de luxo do grupo Toyota, enferma do mesmo mal, com a comunicação dos híbridos self-charging.

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