No último cumprimento de natal deste quadro parlamentar a Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado valoriza o momento simbólico como um sinal de que “a democracia é mais forte do que as vicissitudes que têm a obrigação de a completar” ao invés de “a questionar ou desvanecer”.

Na breve mensagem que dirigiu em nome do Parlamento, Augusto Santos Silva desejou que a “quadra natalícia decorra sem preocupações” e um “excelente ano de 2024 muito exigente, do ponto de vista político, também para o Presidente da República”. Marcelo Rebelo de Sousa devolveu essa exigência “ao povo” — e em especial aos açorianos que vão votar já em fevereiro nas regionais –, e preferiu destacar o “clima de estabilidade institucional e emocional” da política portuguesa.

Para o Presidente da República, “para além da vivacidade dos pontos de vista”, há condições para que a vida política portuguesa se mantenha estável, o que “caracteriza a maturidade da democracia que vai para o ano celebrar 50 anos”. E à boleia da efeméride ainda acrescentou que “com sensibilidades diferentes, todos recordamos o que era viver em ditadura” para concluir: “ditadura nunca mais”.

Depois de ouvir elogios à cooperação entre Belém e a Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a função do Parlamento “no papel de fiscalização muito ativo relativamente ao Governo” com o propósito de “contrabalançar a maioria absoluta”.

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Marcelo elogia “tom pedagógico” e vertente internacional na despedida de Santos Silva

Por entre desejos de “festas felizes”, Marcelo Rebelo de Sousa começou a intervenção por elogiar Augusto Santos Silva já em jeito de despedida, acreditando que o atual presidente da Assembleia da República vai deixar o quadro seja qual for o resultado eleitoral de 10 de março.

Elogiando o “tom pedagógico” com que tem desempenhado o cargo, o Presidente da República elogiou a vertente da política externa que considera ter sido “muito importante” e que foi mesmo uma “nova realidade” face ao mandato de Ferro Rodrigues. Com o lastro de ter sido ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva foi “um trunfo adicional para a política externa portuguesa”, no entender do chefe de Estado.

Num ano marcado pela continuação do conflito na Ucrânia — que está a provocar mudanças na União Europeia — e do conflito no Médio Oriente, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o papel de acompanhamento do Parlamento para as questões internacionais, tendo estado “muito atenta” para as mudanças no cenário internacional.

Nesta apresentação de cumprimentos da Assembleia da República a Marcelo Rebelo de Sousa, estiveram presentes os líderes parlamentares do PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda, bem como os deputados únicos do PAN e do Livre e ainda os membros da mesa e a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.