“Entrámos em 2006 voluntariamente e decidimos sair agora também voluntariamente. E esta não é uma decisão irrefletida, intempestiva“, assegura o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro de Azevedo, citado no comunicado da secretaria de imprensa do Presidente da república angolano em que é anunciada a saída do país da OPEP – Organização de Países Exportadores de Petróleo.

Luanda explica que “quando vemos que estamos nas organizações e as nossas contribuições, as nossas ideias, não produzem qualquer efeito” o melhor, acrescenta, é sair. A decisão foi tomada em Conselho de Ministros e já foi produzido despacho presidencial da decisão, acrescenta o comunicado, a que o Observador teve acesso.

Angola diz mesmo que “sempre cumpriu com as suas obrigações e lutou o tempo todo para ver a OPEP se modernizar, ajudar os seus membros a obter vantagens. Sentimos que neste momento Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair”.

Em novembro, em reunião da OPEP, Angola rejeitou a quota que lhe foi atribuída para a produção de petróleo, já que ia sofrer um corte com o qual o país não concordou. A OPEP pretendia que Angola cortasse a produção diária para 1,11 milhões de barris, mas Luanda fez saber que pretendia manter o seu débito acima disso em 1,18 milhões de barris/dia a 1 de janeiro de 2024. Ou seja, Angola declarou logo pretender manter a produção diária de 1,18 milhões de barris, mais 70 mil do que o determinado pelo cartel.

A rutura de Angola resultará numa organização com 12 nações, lideradas pela Arábia Saudita. Não é a primeira vez que um país sai da OPEP. Já antes, por razões diferentes, saíram o Qatar (2019), a Indonésia (2016) e mais recentemente (2020) o Equador. Agora, sai também Angola.

Ficam no grupo Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Irão, Kuwait, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

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