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Um ataque com tiros numa universidade em Praga, na República Checa, fez, pelo menos, 13 vítimas mortais (informação inicial era de 14, mas o número foi revisto esta sexta-feira em baixa pela polícia) e “dezenas” de feridos, dos quais dez graves. O atirador morreu entretanto. A polícia está a estudar a hipótese de o atirador estar ligado à morte de duas outras pessoas na semana passada, numa floresta perto de Praga.

O atirador disparou do quarto piso da Faculdade de Filosofia, revelaram as autoridades.

Os serviços de emergência de Praga anunciaram que há “11 feridos graves, oito moderados e cinco feridos leves”. “Todos os feridos já estão a ser transportados para os hospitais de Praga”, acrescentou. A polícia chegou a avançar que 15 pessoas morreram no ataque, mas o número viria a ser revisto para 14 numa conferência de imprensa com o ministro da Administração Interna e a polícia e esta sexta-feira de novo para 13.

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Na conferência de imprensa dada na tarde desta quinta-feira, o Presidente da Câmara Municipal, Bohuslav Svoboda, confirmou a identidade do atirador — David Kozák — e informou que este se terá suicidado, atirando-se do telhado. Esta sexta-feira, a polícia checa confirmou que o atirador se suicidou.

A polícia disse que Kozák era um estudante de História, de 24 anos, da Faculdade de Letras daquela universidade, que vivia numa aldeia a 21 quilómetros de Praga, explica o The Telegraph. Além disso, confirmou que o corpo do seu pai foi encontrado na manhã de quinta-feira e que o ataque “violento” foi “premeditado”.

O ministro da Administração Interna do país e a polícia, numa conferência de imprensa citada pela BBC, avançaram que as autoridades estão a investigar a hipótese de o atirador ser o responsável pela morte de duas pessoas, incuindo um bebé, na semana passada, na floresta de Klanovicky, em Praga. As autoridades acreditam que o atirador, que não tem antecedentes criminais, escolheu as vítimas ao acaso.

A Faculdade de Artes da Universidade de Charles enviou um e-mail aos funcionários a dizer que o atirador estava num dos edifícios e pediu para “ficarem quietos”. “Não vão a lado nenhum. Se estiverem nos gabinetes, tranquem-nos e coloquem móveis em frente à porta. Desliguem as luzes”, pode ler-se no comunicado, citado pela Reuters.

Entretanto, a polícia checa adiantou que os alunos já foram retirados dos edifícios da universidade.

O primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, cancelou a agenda, “devido aos trágicos acontecimentos ocorridos na Faculdade de Filosofia”. “Cancelei o meu programa de trabalho em Olomouc e vou regressar a Praga. Estou em contacto com o ministro da Administração Interna e com a polícia checa. Peço a todos os cidadãos que respeitem as recomendações dos serviços de emergência”, disse, numa publicação no X.

O Presidente da República Checa, Petr Pavel, disse também estar “chocado com os acontecimentos” e expressou o “profundo pesar e sinceras condolências às famílias das vítimas”.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jan Lipavský, disse estar “chocado com o terrível acontecimento”. “As minhas condolências às famílias das vítimas. Penso nos feridos, nos seus entes queridos, nos estudantes afetados por este ato terrível”, escreveu, no X.

O ministro da Administração Interna, Vít Rakusan, já descartou a hipótese de “segundo atirador”, tendo aproveitado para “tranquilizar a população”, dizendo que já não “há perigo”.

O Papa Francisco também já manifestou a sua “profunda tristeza” pelo ataque, através de um telegrama de condolências, no qual transmitiu a sua “proximidade espiritual” às vítimas.

“Profundamente entristecido ao saber da perda de vidas e dos feridos causados pelo tiroteio na Universidade Charles, em Praga, Sua Santidade o Papa Francisco expressa a sua proximidade espiritual a todos os afetados por esta tragédia”, lê-se no telegrama enviado em nome do Papa pelo seu secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.

Na mensagem, o Papa garantiu ainda à República Checa que irá dirigir ao país as suas “orações nestes tempos difíceis”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também lamentou o ataque e enviou condolências às famílias.

“Estou chocada com a violência sem sentido do tiroteio que custou várias vidas em Praga. Expresso as minhas mais profundas condolências às famílias das vítimas e ao povo checo no geral”, escreveu no X, antigo Twitter.

(Notícia atualizada no dia 22 de dezembro às 13h02 com o novo balanço do número de vítimas mortais)